Embaixador de Israel condena posição do PCP ao "justificar o massacre"
"Nunca na minha vida pensei que um dia fosse ver um partido político, na Europa, justificar o massacre de crianças judias", começa por declarar o embaixador de Israel em Portugal, ao condenar, esta segunda-feira, a posição do PCP face ao ataque sem precedentes do grupo extremista palestiniano Hamas contra Israel.
Numa publicação no Twitter, o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, lamenta o comunicado do PCP na sequência dos últimos desenvolvimentos no Médio Oriente. "Mas parece que este último ano provou que se o PCP vos ataca é porque estão do lado certo da História e da justiça", rematou o diplomata.
Em causa está o comunicado do PCP no qual o partido liderado por Paulo Raimundo, manifestou preocupação com a "escalada do conflito" no Médio Oriente, defendendo, no entanto, que os acontecimentos recentes "são resultado de décadas de ocupação e desrespeito sistemático por parte de Israel do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente, da permanente violação de todas as resoluções da ONU e acordos internacionais sobre a questão da Palestina".
"Acontecimentos inseparáveis da escalada na política de ocupação, opressão e provocação levada a cabo pelo governo de extrema-direita de Netanyahu e por colonos israelitas, que não só é responsável pelo agravamento da situação, como está a conduzir ao incremento da confrontação no Médio Oriente", lê-se no comunicado do PCP.
O partido manifestou a sua preocupação "com a escalada do conflito, em particular com as suas trágicas consequências para as populações" e alertou "para o perigo do seu alastramento, numa região já martirizada por décadas de ocupação, guerra e subversão por parte dos Estados Unidos da América, de Israel, das potências da NATO e da União Europeia".
"(...) O PCP reafirma a necessidade de uma solução política que garanta a concretização do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental, e a efetivação do direito ao retorno dos refugiados, conforme as resoluções pertinentes da ONU", insistiu.
Na análise dos comunistas, "a responsabilidade pelo que se está a passar deve ser encontrada naqueles que nunca procuraram realmente a paz no Médio Oriente, no respeito pelos direitos dos povos".
"Quem permitiu que todos os acordos e resoluções ficassem por cumprir e fossem violados, quem inviabilizou toda e qualquer perspetiva de solução política para o conflito, quem foi conivente com a ocupação e opressão, a expansão dos colonatos, o bloqueio à Faixa de Gaza, a prisão de milhares de presos políticos palestinianos nas prisões israelitas, quem tolerou os crimes de Israel e a sua escalada pelo actual governo de extrema-direita, e só encontrou palavras de condenação para a resistência palestiniana, tem hoje perante si as consequências da sua política", condenou.
Com Lusa