Como transpor para a tela o desassossego íntimo de uma das intérpretes mais icónicas do Brasil? Esta não terá sido uma interrogação pertinente na primeira longa-metragem de Hugo Prata, que, de modo convencional e sem garra, apresenta a biografia de Elis Regina desde a juventude até à morte prematura.
Ficamos a conhecer o seu percurso, entre a música e a vida privada, sem chegar propriamente ao retrato visceral da artista. Com uma eficácia televisiva, perseguem-se os eventos ilustrativos da sua vida inquieta, mas não há verve cinematográfica que os sustente.
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E se é verdade que Andréia Horta, a protagonista, conseguiu captar-lhe o jeito físico e o carisma feminino, o filme não sabe muito bem o que fazer com isso. Apenas as canções embutidas na narrativa acabam por iluminá-la, aproximando-nos da mulher que escondia a angústia num sorriso.
Classificação: ** (Com Interesse)