Elenco de "Aquarius" denuncia "golpe de Estado" no Brasil
Kleber Mendonça Filho apresentou ontem, em Cannes, o filme Aquarius na secção competitiva do festival francês. Na gala de estreia, posando para as objetivas dos fotógrafos, realizador e parte do elenco tiraram folhas de papel dos bolsos onde se lia que no Brasil houve um golpe de Estado, a destituição de Dilma Rousseff da presidência do país.
"O Governo não pode aceitar um governo ilegítimo".
"O Brasil está a viver um golpe de Estado".
"Um golpe de Estado teve lugar no Brasil", escrito tanto em francês como em inglês.
"Resistiremos".
"Machistas, racistas e corruptos como ministros"
Estas foram as frases que o cineasta e os atores mostraram.
Sónia Braga, protagonista do filme, já tinha subido a escadaria de acesso ao auditório quando os colegas mostraram as suas folhas, e voltou atrás para se juntar ao protesto, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo. Do elenco fazem parte os atores Humberto Carrão e Maeve Jinkings, entre outros.
Dentro da sala onde Aquarius foi projetado, outros membros da equipa somaram-se aos protestos. Um dos membros da equipa usava uma t-shirt vermelha em que se podia ler "Super Dilma". O público aplaudiu.
Não foi a primeira vez que Kleber Mendonça Filho usou a atenção concedida ao filme para falar da situação política no seu país, sempre contra o impeachement a Dilma Rousseff, que agradeceu o apoio no twitter.
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Aquarius, recebido com elogios, é a história de uma crítica musical que se nega a sair do seu apartamento enfrentando a pressão dos promotores imobiliários.
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Segundo protesto
O gesto da equipa de Aquarius não é inédito. Na segunda-feira, Eryk Rocha criticou o afastamento de Dilma Rousseff na apresentação do documentário Cinema Novo, exibido na mostra não competitiva do festival de Cannes.