Eleitores do PP abdicam de Rajoy para que haja governo

Pablo Iglesias, em Barcelona, fala em "nação catalã" e volta a sublinhar que defende o referendo sobre a independência
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A questão da independência da Catalunha marcou o dia de campanha eleitoral ontem em Espanha. "Foi assim que o Ciudadanos cresceu, com ameaças de morte, com manifestações e graffiti ofensivos à porta das nossas casas. Mas resistimos e vamos ganhar as eleições em liberdade. Bem-vindos à democracia. A nós, democratas, não nos passa pela cabeça invadir os comícios e os atos públicos de outros partidos para os perturbar. Temos coisas mais importantes para fazer na vida. A arma dos democratas não é a ameaça, mas sim o voto." Esta foi a reação de Albert Rivera, líder do Ciudadanos, quando pegou no microfone para falar, depois de o comício do partido em Barcelona ter sido interrompido por gritos de manifestantes independentistas.

O dia do Unidos Podemos também foi passado em Barcelona. Neste caso, Pablo Iglesias, líder da coligação eleitoral entre o Podemos e a Esquerda Unida, voltou a defender que os catalães tenham a possibilidade de referendar a sua ligação a Espanha: "Não queremos que se vão embora, mas, porque somos democratas, vamos respeitar o vosso direito a decidir sobre o vosso futuro." De acordo com o El País, o candidato referiu-se à "nação catalã", sublinhando que quer ser o presidente de Espanha que venha a reconhecer os direitos nacionais da Catalunha.

Uma sondagem hoje publicada no diário espanhol - cujas principais linhas foram ontem avançadas na edição digital - confirma a ultrapassagem do Unidos Podemos ao PSOE. A aliança entre as forças políticas de Iglesias e Alberto Garzón volta a aparecer em segundo lugar, apesar de cair algumas décimas em comparação com o anterior estudo da empresa Metroscopia, com data de 5 de junho.

A conclusão mais interessante a retirar deste novo barómetro prende-se com a opinião dos eleitores do Partido Popular. Os votantes da força política que em princípio sairá vencedora das eleições de 26 de junho admitem que preferem ver cair o seu líder, Mariano Rajoy, se isso permitir que o PP consiga o apoio ou a tolerância de outros partidos para a formação de governo. Torna-se claro que os espanhóis querem ver o impasse resolvido e que desejam tudo menos um terceiro processo eleitoral.

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