Eleições vão ser repetidas em três concelhias
"Os resultados, de uma maneira geral, foram homologados, excetuando nas concelhias de Óbidos, Alcobaça e Pombal, onde as eleições vão ser repetidas no dia 19", disse o presidente da COC, comissão que reuniu ontem à noite pelas 22:00, tendo os trabalhos terminado por volta das 05:00 de hoje.
Segundo Delfim Azevedo, "em Alcobaça havia diferenças nos resultados que fizeram chegar na ata e como, inadvertidamente, tinham destruído os votos, a COC não podia tirar conclusões relativamente às dúvidas suscitadas, pelo que, por unanimidade, foi decidida a repetição das eleições".
"Em relação a Pombal, eu recebi comunicação de que existia um militante que estava ausente do país e que aparecia descarregado nos cadernos eleitorais, como se tivesse votado", explicou, considerando que "se alguém votou estando o militante ausente do país é uma situação grave e, da mesma maneira, se alguém está a fazer uma denúncia sobre um facto que não aconteceu, também é grave".
Delfim Azevedo esclareceu que "a COC decidiu, por unanimidade, remeter a documentação para o Ministério Público e para a Polícia Judiciária para averiguações", mas "não houve unanimidade na decisão de mandar repetir o ato eleitoral".
No caso de Óbidos, "onde há nove militantes com capacidade eleitoral, a ata tinha sido assinado por um elemento que não tinha essa capacidade e a maioria dos membros da COC considerou que, por essa razão, a eleição tinha que ser repetida".
Questionado sobre a possibilidade de a repetição das eleições nestas três secções concluir por outro desfecho eleitoral, o presidente da COC -- congresso que se realiza dia 20 na Nazaré - salientou que os seus elementos "não podem eximir-se das suas responsabilidades, passar um pano e pensar que está tudo bem, independentemente de saber que estes atos podem ser objeto de recurso".
"Sabemos o que isto representa, mas não a podemos deixar de tomar, inclusive no interesse do partido", acrescentou Delfim Azevedo.
António Sales, que disputou a liderança da federação com José Miguel Medeiros, defendeu que as decisões da COC vieram dar-lhe "razão relativamente às fortes suspeitas de desconformidades e irregularidades no processo eleitoral".
António Sales, presidente da concelhia de Leiria, adiantou querer "ter a certeza" se ganhou "com a lisura que se exige num ato eleitoral" ou se perdeu "com batota".
Na sexta-feira, José Miguel Medeiros, antigo governador civil de Leiria, foi eleito presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, ganhando ao seu único adversário, António Sales, por sete votos, disse o mandatário da candidatura vencedora.
Segundo Adelino Mendes, José Miguel Medeiros obteve no ato eleitoral 618 votos, enquanto António Sales conquistou 611.
A Lusa tentou, sem sucesso, obter uma reação da candidatura de José Miguel Medeiros a esta decisão da COC.