O historiador e ex-deputado do PSD Pacheco Pereira alertou hoje que as presidenciais de 24 de janeiro serão eleições "atípicas", lembrando que PS e PSD apresentam-se sem "verdadeiros candidatos".."Estamos num daqueles períodos de surpresa. Em bom rigor desde 2008, início da crise económica, que praticamente tudo aquilo que se poderia considerar estabelecido está a ser posto em causa", vincou Pacheco Pereira, que falava em Lisboa num fórum de ideias promovido pela candidatura presidencial de Marisa Matias, apoiada pelo Bloco de Esquerda (BE)..Pacheco Pereira, referindo-se às presidenciais de 24 de janeiro, advogou que estas serão específicas devido ao atual contexto governativo de Portugal e à ausência de "verdadeiros candidatos" de PSD e PS, os dois maiores partidos.."Iludimo-nos se pensarmos que Marcelo Rebelo de Sousa é o candidato ideal que o PSD ou a coligação gostariam de ter", realçou, sustentando que também o PS "abandonou" a corrida presidencial "preso nas suas contradições internas"..Nesse sentido, existe um "buraco" provocado no PS no centro-esquerda e na esquerda que causa "fragilidade" às candidaturas presidenciais adversas à de Marcelo Rebelo de Sousa, acredita José Pacheco Pereira..E prosseguiu: "Vivemos um tempo de grandes novidades em que a ação política tem de ter muito cuidado na interpretação do que está a acontecer.".A experiência governativa atual, com o PS no executivo e gerindo através de acordos parlamentares a viabilização de medidas, "é vital, muito mais importante, do que o sucesso eleitoral que qualquer dos partidos que assinou acordos possa vir a ter em futuras eleições", alerta Pacheco Pereira..O historiador foi um dos intervenientes no primeiro painel do "Fórum de Ideias por um País Justo e Solidário" promovido por Marisa Matias, eurodeputada e candidata a Presidente da República..Além de deputado à Assembleia da República, José Pacheco Pereira já foi eurodeputado e exerceu cargos de vice-presidente da Comissão Política Nacional e do Conselho Nacional do PSD.