"Ele não queria matar ninguém", diz pai do adversário de João Carvalho

Charlie Ward está devastado com a morte do praticante português. O pai considera que o árbitro deveria ter interrompido o combate mais cedo
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O pai de Charlie Ward garante que este está muito afetado com a morte do praticante de Artes Marciais Mistas (MMA) português João Carvalho, na sequência de um combate entre os dois, no sábado, em Dublin, na Irlanda.

"Ele não queria matar ninguém. Foi uma daquelas coisas infelizes. Ele foi para ganhar o combate, mas na minha opinião o árbitro podia ter sido um pouco mais rápido [a interromper]", defendeu Charlie Ward Sénior em declarações à rádio RTÉ Radio 1.

O pai do atleta irlandês admitiu que não falou muito com o filho acerca do caso, mas garantiu que este se coibiu de bater com força no último 'round' . Charlie Ward Sénior admitiu também que não assistira ao combate e que o envolvimento do filho na modalidade é algo que o preocupa. A mãe do adversário de João "Rafeiro" Carvalho "está em pedaços", afirmou. "Poderia ter sido com ele, tal como foi com o rapaz", disse.

João 'Rafeiro' Carvalho, de 28 anos, morreu na segunda-feira à noite, num hospital de Dublin, onde deu entrada em estado crítico depois do seu combate de estreia na Total Extreme Fight, na capital irlandesa, que perdeu por KO técnico frente ao irlandês Charlie Ward.

O lutador natural de Lisboa sentiu-se mal cerca de 20 minutos depois do final do combate. Ainda no local, foi imediatamente assistido pela equipa médica presente, sendo depois transportado rapidamente para o Hospital Beaumont, onde foi submetido a uma intervenção cirúrgica cerebral, após a qual o atleta permaneceu em estado crítico durante as 48 horas seguintes.

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Na sequência da morte do praticante português, o ministro do Desporto irlandês prometeu ontem endurecer as regras dos combates de artes marciais no país.

Adotando um procedimento normal aplicado a todas as mortes súbitas, a Gardaí, polícia irlandesa, iniciou uma investigação, cujo resultado será entregue para análise por um magistrado do Tribunal do Coroner de Dublin.

Também a Autoridade de Segurança e Saúde (HSA na sigla inglesa) está a fazer um inquérito preliminar às circunstâncias do acidente para ver se há motivo para uma investigação integral.

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