Ela vive há 40 anos sozinha na ilha "Cemitério do Atlântico"
Uma mulher de 67 anos vive há quatro décadas sozinha numa pequena ilha canadiana no norte do Atlântico. Zoe Lucas partilha a ilha Sable, que tem cerca de 34 quilómetros quadrados, com animais - cerca de 400 cavalos selvagens, 300 mil focas e 350 espécies de pássaros.
Para chegar à ilha Sable é preciso ir de avião ou de barco e esta última opção pode revelar-se perigosa. Com um mau tempo constante, que lhe traz cerca de 125 dias de nevoeiro por ano, a ilha é conhecida como o "cemitério do Atlântico" devido ao elevado número de barcos que naufragaram ao tentar alcançá-la.
O clima agreste é influenciado pelo mar e as temperaturas são muito baixas no inverno e atingem no máximo os 20 graus Celsius no verão.
Zoe Lucas diz que já se habituou à vida na ilha e nunca se sente sozinha. Começou por viver num acampamento abandonado pelos antigos habitantes e vive agora numa casa de madeira, no meio das dunas. Uma vez por semana recebe os mantimentos de que precisa por via aérea.
A mulher visitou a ilha pela primeira vez em 1971, quando tinha 21 anos, e apaixonou-se pelos animais que viviam em Sable. "Eu vim originalmente pelos cavalos", contou Lucas ao Daily Mail.
Na altura estudava ourivesaria e não hesitou em deixar tudo para trás e mudar-se para a ilha. Agora, estuda a vida selvagem do local e ajuda cientistas recolhendo dados sobre os níveis de poluição do mar e gerindo uma estação meteorológica.
A ilha Sable tornou-se uma reserva natural do Canadá em 2013. Ao longo do ano, alguns responsáveis pela manutenção dos parques das reservas naturais passam por Sable, mas nenhum fica definitivamente. Há também visitas de turistas que querem conhecer a ilha.
A empresa Adventure Canada organiza viagens de oito dias à Ilha Sable. O preço da viagem por pessoa é de, no mínimo, 1985 dólares, cerca de 1700 euros.