El Loco toma posse e alerta: choque económico é "inevitável"

Novo presidente argentino já tomou posse e foi igual a si próprio. Por entre gritos de apoio, deixou promessas de mudança e acusou os políticos do passado de tornarem a Argentina pobre, estagnada e na miséria.
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Javier Milei é, desde este domingo, o novo presidente argentino. A cerimónia de tomada de posse ocorreu na sede do Congresso, em Buenos Aires. E, no discurso, o novo chefe do Estado disse que tem em mãos "a pior herança" que um Governo Argentino já recebeu, garantindo que, com ele à frente dos destinos do país, é posto um ponto final na "história de decadência e declínio" da Argentina. "Tal como a queda do Muro de Berlim, estas eleições marcam um ponto de viragem na nossa história", afirmou.

Com a multidão a entoar cânticos de apoio, o ultraliberal Javier Milei proclamou lealdade ao Estado ao lado da nova vice-presidente, Victoria Villarruel, e criticou os antecessores (Alberto Fernández e Cristina Kirchner, que lhe passou a pasta): "O kirchnerismo que, no início, se vangloriava por ter excedentes, hoje deixa-nos com um défice de 17% do PIB." A Argentina tem uma taxa de inflação que cresce ao ritmo de 300%, a economia paralisada e uma taxa de pobreza que ronda os 45%. Antes de o cenário melhorar, "o choque económico" será "inevitável". "Não há alternativa", admitiu.

Num discurso feito perante chefes de Estado estrangeiros, incluindo o rei de Espanha, Felipe VI, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, El Loco passou em revista a história do país e acusou os responsáveis políticos dos últimos 100 anos de deixarem a Argentina no estado em que se encontra, dizendo que "insistiram em defender um modelo que só gera pobreza, estagnação e miséria". Algo a que agora quer pôr fim. Com Lula da Silva ausente, também o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, marcou presença na posse.

Javier Milei criticou ainda a falta de segurança do país. "A Argentina tornou-se um banho de sangue", tem uma cidade (Rosário) "sequestrada" por traficantes de droga e pela violência, e que só se condenam 3% dos crimes. "Acabou o "siga aos delinquentes"", atirou, ouvindo gritos de apoio popular ("Polícia, polícia, polícia!").

Antes, na assinatura do Livro de Honra da Câmara dos Deputados, o libertário foi igual a si próprio, deixando escrita a mensagem: "Viva la libertad, carajo." Palavras que depois repetiu no discurso.

A alocução à câmara legislativa seguiu-se, ficando a cargo da vice-presidente de Javier Milei.

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