Ed Sheeran: dividir para reinar nos tops
O disco chama-se ÷ Divide mas, na verdade, o seu efeito tem sido multiplicador. Lançado a 3 de março, o novo álbum do britânico Ed Sheeran tem vindo a bater todos os recordes. Cinco dias depois, o disco já tinha mais 273 milhões de streamings (audições em formato digital) na plataforma Spotify. O recorde anterior pertencia aos The Weeknd que, em novembro passado, tinham conseguido 223 milhões de streamings em sete dias do seu Starboy.
Claro que nessa mesma semana o disco do músico de 26 anos já estava no primeiro lugar do top oficial de vendas no Reino Unido, com 672 mil exemplares vendidos (em formato físico ou digital), tornando-se o álbum de um artista masculino que mais vendeu na primeira semana - e o terceiro mais vendido de sempre nesse período, logo a seguir ao 25 de Adele e a Be Here Now dos Oasis. Além disso, o disco chegou aos tops em mais 14 países, incluindo os Estados Unidos, onde vendeu 322 mil cópias numa semana.
E na semana seguinte mais um recorde: todas as 16 canções de ÷ Divide estavam no top 20 de singles no Reino Unido. O recorde anterior - de cinco singles simultaneamente no top 20 - era partilhado por Ruby Murray (1955), Bill Halley and His Comets (1956), Elvis Presley (1957) e Michael Jackson (2009). Mas é muito complicado estabelecer comparações porque hoje em dia os músicos podem escolher um dos temas para divulgar inicialmente (no caso de Ed Sheeran, Shape of You, lançado a 9 de janeiro tornou-se imediatamente o tema mais ouvido em 24 horas no Spotify) mas assim que o disco é colocado à venda todos os temas entram também no mercado individualmente, uma vez que, desde 2014, o top de singles conjuga as vendas legais em formato digital (como o iTunes) e os números do streaming em plataformas como Spotify, Google Play e Apple Music.
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Isto significa que hoje em dia os tops refletem o que serão as músicas mais ouvidas (ou, pelo menos, mais ouvidas nestas plataformas) enquanto há uma década ainda se procurava saber quais eram os artistas que mais vendiam. A questão tem sido levantada por alguns especialistas e é possível que o modelo venha a ser repensado.
Até lá, e indiferente à polémica, o músico responsável por temas orelhudos, como Stay With Me, Thinking Out Loud ou I See Fire, continua a escalada pela fama, agarrado à sua guitarra. O seu nome está associado, por exemplo, aos One Direction (para quem escreveu a canção Moments, entre outras), a Taylor Swift (com quem fez Everything Has Changed, do álbum Red, e com quem tocou em digressão) ou a Justin Bieber (a quem ofereceu Love Yourself). Aos 26 anos e com três álbuns editados, já recebeu dois Grammy, entre muitos outros prémios e nomeações. No final de 2016, a Forbes avaliava a sua fortuna em cerca de 33,5 milhões de dólares (31 milhões de euros), o que o colocava na 82.ª posição entre as 100 celebridades mais bem pagas do mundo.
Ed Sheeran está neste momento na estrada e já se sabe que vai ser cabeça de cartaz no próximo festival de Glastonbury (Sheeran atua no domingo, 25 de junho, enquanto os Radiohead são os nomes mais fortes de sexta-feira e os Foo Fighters no sábado). O músico já tinha atuado no festival em 2011 mas num palco secundário. E também já se sabe que Ed Sheeran vai ter uma participação especial na sétima temporada da série da HBO Guerra de Tronos, que estreia a 16 de julho.
Depois do sucesso de + Plus (2011), x Multiply (2014) e ÷ Divide (2017), espera-se que o próximo disco de Ed Sheeran seja uma subtração. Resta saber como será o algoritmo dos recordes então.
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