As principais organizações ecologistas espanholas - Greenpeace, WWF, Ecologistas en Acción, Oceana e Amigos de la Tierra - a sentença expressaram "vergonha" e deceção pela sentença, considerando que demonstra que "em Espaha, destruir o ambiente é grátis"..Para Raquel Montón, da Greenpeace, a justiça estava de "pés e mãos atadas" porque a legislação "não permite culpar as petrolíferas ou os políticos que tomam decisões erradas", tendo o direito espanhol "demonstrado ser incapaz de julgar delitos ambientais em grande escala"..Theo Oberhuber, da Ecologistas en Acción, disse que a sentença é "imoral" e que a "justiça não pode ver-se nem como esperança nem como solução"..Também José Luis Varas, da WWF, lamentou a "sentença dececionante" que não ajuda a que no futuro haja mais segurança marítima e Liliane Spendeler, da Amigos de la Tierra, disse que ficou demonstrado "a falta de responsabilidades ambientais por contaminação por combustíveis"..Para Ricarod Aguilar, da Oceana, a sentença "volta a castigar os afetados e a todos os cidadãos", com o caso a demonstrar que a legislação ambiental é "frouxa e cheia de buracos"..As críticas à sentença alargaram-se às redes sociais com a decisão a suscitar fortes críticas no Twitter e Facebook, com uma internauta, @RominaArgumosa, a afirmar que "os únicos condenados foram o oceano e os galegos".."Já se antecipava que iam culpar o mar do desastre do Prestige", escreve @pericoribes.."Entretanto, numa aldeia longínqua no sul da Europa, acabam com o pouco Prestige que tinham", lia-se no 'feed' de @aitoraligator..Já a ministra do Fomento, Ana Pastor, expressou "respeito" pela decisão, reiterando que tanto o Governo espanhol como a União Europeia tem nos últimos anos feito um esforço "muito importante" para trabalhar na prevenção e na luta contra a contaminação marítima..O vice-presidente da Junta da Galiza, Alfonso Rueda, também expressou respeito pela sentença, destacando apenas que a organização do julgamento deu uma boa imagem da Galiza..No parlamento, em Madrid, os partidos da oposição lamentaram que não tenha havido responsáveis políticos pelo desastre..O Tribunal Superior de Justiça da Galiza (TSJG) determinou hoje não haver responsabilidade penal imputável pelo acidente do Prestige, em Espanha, que atribuiu a um falhanço estrutural cuja origem "ninguém sabe precisar", absolvendo os três arguidos acusados no processo..Decidiu absolver o capitão do Prestige, o grego Apostolos Mangouras, e o chefe de máquinas do navio, o também grego Nikolaos Argyropoulos, a quem não imputa qualquer responsabilidade penal..Apesar disso, condena Mangouras a uma pena de nove meses de prisão, pena que não terá que cumprir por já ter estado em prisão preventiva, por desobediência à autoridade ao ter demorado três horas a obedecer a instruções para movimentar o navio..O tribunal absolveu também o ex-diretor geral da Marinha Mercante em Espanha José Luis López Sors, o terceiro acusado no processo, destacando que não lhe pode ser imputado qualquer responsabilidade penal..Na sua sentença, lida pelo magistrado Juan Luis Pia, o tribunal absolve o Governo espanhol de responsabilidade penal, avaliando uma das decisões mais polémicas tomadas na altura do acidente: a de afastar o navio da costa, recordando, por exemplo, que as autoridades marítimas portuguesas rejeitaram a entrada do navio em águas portuguesas e que "a possibilidade de aproximar o navio da costa teria muitos riscos para a zona".