Ébola pode ameaçar continente americano
A OPAS está a preparar os países americanos para uma eventual chegada do Ébola ao continente, explicou em entrevista à agência de notícias EFE Miguel Aragón, assessor da Vigilância Sanitária da OPAS em El Salvador.
"Não se pode baixar a guarda em nenhum momento, uma vez que a experiência que estão a viver aqueles países africanos é bem dramática e difícil. Creio que o mais importante é (os países) prepararem-se", defendeu.
Até sexta-feira, o Ébola já tinha provocado a morte a 1145 pessoas, de um total de 2127 contaminados, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que indicam que os países com população afetada são a Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria e Nigéria.
Miguel Aragón reconheceu que será "difícil evitar" que não chegue nenhum caso ao continente americano, insistindo por isso que "o importante é poder identificá-lo rapidamente e tomar todas as medidas de controlo para evitar a sua propagação".
A OPAS pediu aos países que estejam alerta e vigilantes, em especial nas zonas de entrada de pessoas, como aeroportos, fronteiras terrestres e portos marítimos.
O sistema sanitário de El Salvador já foi "posto à prova", com a chegada de dois oficiais da Forças Armadas que tinham estado na Libéria numa missão de paz das Nações Unidas.
Os dois militares, que chegaram na sexta-feira, aparentavam estar saudáveis mas ficaram de quarentena por 21 dias, que é o período máximo de incubação do vírus do ébola.
Aragón sublinhou que o ébola é uma "doença que exige muito dos serviços de saúde, porque a pessoa contagiada necessita de cuidados intensivos" e por isso é preciso ter um equipamento de proteção composto por "batas, impermeáveis, máscaras, que nem todos os serviços de saúde têm no momento".
O responsável disse contudo que a OPAS já está a tratar dessa falha, que se regista mais nas zonas rurais e suburbanas.
O ébola transmite-se por contacto direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas infetadas.