"É problema de saúde pública". Haddad e Ciro assinam manifesto pela renúncia de Bolsonaro
Um pedido de renúncia de Jair Bolsonaro conseguiu o que parecia impossível há poucos meses ou semanas: unir todas as esquerdas. Fernando Haddad, segundo classificado nas eleições que elegeram o então deputado e capitão reformado em 2018, e Ciro Gomes, terceiro mais votado, são dois dos signatários. Líderes de partidos de esquerda, como o PT, o PDT e o PSD também assinam o documento.
"Basta! Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo", lê-se na carta.
Outro candidato a presidente em 2018, Guilherme Boulos (do PSOL), e Manuela D'Ávila (do PCdoB), candidata a vice-presidente de Haddad, estão entre os signatários.
Para os autores do texto, "Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países".
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), considerado presidenciável em 2022, é outros dos destaques. Assim como ex-governadores, como Roberto Requião (MDB do Paraná) e Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul.
Os presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, do PSB, Carlos Siqueira, do PDT, Carlos Lupi, do PCB, Edmilson Costa, do PSOL, Juliano Medeiros, e do PCdoB, Luciana Santos, participam do movimento.
"Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável. Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários", conclui o texto.
O presidente da República do Brasil, na contramão da maioria dos líderes mundiais, vem contrariando o pedido de isolamento social da Organização Mundial de Saúde e pedindo aos brasileiros que não pertençam a grupos de risco, para voltarem ao trabalho.
Até à noite deste domingo, o país somava 136 mortes por coronavírus.