"É o inferno." Socorristas descrevem cenário trágico na queda da ponte em Génova
"Vi pessoas a correr na minha direção, descalças e aterrorizadas", contou à Rai News Alberto Lercari, um motorista que assistiu ao colapso da Ponte Morandi, em Génova, e que resultou na morte de 35 pessoas, entre elas uma criança. Morreram quando os veículos em que seguiam - 35 ligeiros e três camiões - se precipitaram no vazio, uma queda de cerca de 100 metros.
"Percebi lentidão [no trânsito] e ouvi um rugido. Foi horrível", testemunhou Lercari, que falou ainda sobre a pronta intervenção da polícia e dos bombeiros.
"Cruzámos a ponte por volta das 11h15 da manhã, havia muito tráfego, carros e especialmente camiões alinhados, chovia, mas não notámos mais nada estranho", contaram Sara e Luca, um jovem casal de Pinerolo que atravessou a ponte minutos antes da tragédia. Souberam do colapso da estrutura através das notícias, consultadas num dos smartphones do casal, e ficaram em choque: "Costumamos passar por esta ponte muitas vezes", revelaram.
Algumas testemunhas que estavam nos seus carros perto da estrutura, antes do colapso, dizem ter visto "um raio atingir a ponte". "Foi logo depois das 11h30 quando vimos o raio atingir a ponte e vimos a ponte cair", contaram.
Houve quem filmasse o momento em que parte da ponte desabou. Ouvem-se os gritos aflitos das testemunhas: "Meu Deus", gritam, enquanto, na queda, são arrastados para o vazio dezenas de carros.
Piero Fraterrigo, de 56 anos, trabalha na fábrica Ansaldo Energia, localizada a poucos metros da ponte Morandi, e relata o que assistiu.
"Foi impressionante. No meio do nevoeiro, vi que faltava um pedaço da ponte, no meio. Parecia um efeito ótico. Por alguns metros, não atingiu a nossa fábrica", contou.
Fraterrigo explicou que, do local onde estava, não podia ver se havia vítimas ou danos materiais, mas que percebeu ter acontecido uma tragédia assim que viu e ouviu vários meios de emergência a chegarem ao local rapidamente.
No local, estão várias equipas de bombeiros, ambulâncias, polícia e exército, auxiliados por unidades de cães de resgate. "É o inferno", repetem os socorristas. Felizmente, parou de chover, o que pode facilitar as equipas de resgate a encontrarem as pessoas que ficaram presas no interior das viaturas e entre os escombros.
As autoridades acreditam que o número de mortes vai aumentar. Neste momento, há 35 mortos oficialmente confirmados.