É impossível garantir SNS com corte de 500 milhões

A ex-ministra da Saúde Ana Jorge alertou que é impossível cortar 500 milhões de euros no setor até 2016 sem reduzir a qualidade e o acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) pelos cidadãos.
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"Se fosse ministra, sendo profissional de saúde, conhecendo as necessidades das pessoas, não conseguiria nem poderia cortar 500 milhões, quando existe uma crise social, muito desemprego, carências graves e fome e o acesso aos cuidados de saúde é um fator de equilíbrio para responder a algumas necessidades", afirmou à agência Lusa Ana Jorge.

A ex-ministra e pediatra no Hospital Garcia da Orta, em Almada, alertou, à margem da sessão da Assembleia Municipal da Lourinhã de que é presidente, que os hospitais estão a funcionar com "equipas muito reduzidas, com profissionais pouco diferenciados, e têm dificuldade de acesso a meios complementares de diagnóstico e meios terapêuticos".

Ana Jorge, ministra da Saúde do Governo socialista chefiado por José Sócrates, disse também que "existe um aumento das listas de espera para consultas e para cirurgias" em resultado dos cortes já efetuados.

"Há pessoas à espera de cirurgias que estão a receber cheques em casa para as irem fazer nos hospitais privados, o que significa que os hospitais públicos não têm verbas atribuídas para fazerem as cirurgias e equipas para trabalhar mais horas nos blocos operatórios".

O ministro das Finanças apresentou ontem as linhas gerais do Documento da Estratégia Orçamental, que prevê cortes de seis mil milhões de euros até 2017.

Na sua edição de sexta-feira, o Diário de Notícias revelou que os hospitais do SNS vão ter de cortar 500 milhões de euros até 2016.

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