Duterte responde a críticas da União Europeia com dedo do meio e insulto

O Presidente filipino disse ainda que o UE o critica porque se sente culpada por crimes cometidos pelos países europeus
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"Agora a União Europeia tem o descaramento de condenar [a campanha contra as drogas]. Repito, que se f...". Foi assim que o presidente das Filipinas respondeu às críticas da união Europeia, poucos dias depois de o Parlamento Europeu ter expressado, numa resolução, a sua preocupação com o elevado número de vítimas que a campanha contra as drogas está a causar.

Na segunda-feira à noite, num discurso na cidade filipina de Davao, Rodrigo Duterte mostrou o dedo do meio para sublinhar a sua mensagem, segundo o jornal local "Philstar".

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"Os membros do parlamento instam o governo das Filipinas a pôr fim à onda de execuções extrajudiciais e matanças, a iniciar uma investigação imediata e a adotar políticas e programas específicos e extensos", disse a União Europeia em comunicado na passada quinta-feira.

O Presidente filipino considerou que o motivo por que a União Europeia o criticou tem que ver com o facto de se sentir culpada por crimes cometidos pelos países europeus.

"Quando li as condenações da União Europeia disse 'Que se f...'. Estão a fazê-lo para expiar os vossos pecados. Agora são rigorosos porque se sentem culpados", explicou.

"Quem matei? 1.700 aqui? Chamam a isso genocídio? Quantos mataram vocês?", questionou.

O chefe de Estado das Filipinas falou em concreto de países como a França e o Reino Unido que, disse, apoiaram os Estados Unidos em ataques contra países do Médio Oriente que causaram um número elevado de mortos.

Desde que foi eleito Presidente, nas eleições do passado dia 09 de maio, Duterte chamou os Estados Unidos de hipócritas devido às críticas à sua campanha antidroga, apontado que se esqueciam dos massacres cometidos por norte-americanos no início do século XX no sul das Filipinas.

Duterte qualificou de "filho da p..." o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apesar de mais tarde ter lamentado que o insulto tenha sido tomado como um "ataque pessoal".

O líder filipino negou também reunir-se com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e classificou a ONU como "inútil".

O Presidente filipino venceu as eleições com a promessa de acabar com o flagelo da droga e, desde então, deu ordens à polícia para disparar contra todos os que resistam a detenção e apelou, em várias ocasiões, aos cidadãos para matarem toda a gente que esteja envolvida com drogas.

Cerca de 3.500 alegados traficantes e toxicodependentes morreram desde que Duterte subiu ao poder -- cerca de 1.500 em operações policiais e os restantes vítimas de grupos de cidadãos que tomaram a justiça nas suas mãos.

Cerca de 715 mil traficantes e viciados entregaram-se às autoridades, mais de 17 mil pessoas foram detidas e o fornecimento de estupefacientes desceu 90%, de acordo com a polícia.

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