Durão quer acelerar medidas para criar emprego jovem
"Em termos legislativos, o nosso processo é extraordinariamente lento, mas a verdade também é que, nalgumas medidas executivas e administrativas, desde que haja um mandato do Conselho, e nalguns casos também do Parlamento Europeu, podemos acelerar muito o ritmo de implementação" de medidas, sustentou Durão Barroso, que falava na sessão plenária do Comité Económico e Social Europeu.
Apontando que no sistema democrático europeu chega-se a demorar "seis e sete anos para aprovar legislação importante", já que as propostas avançadas pela Comissão implicam consultas, análises de impacto e complexas negociações com o Conselho (Estados-membros) e o Parlamento Europeu, o presidente do executivo comunitário defendeu que, por essa razão, "neste compromisso sempre difícil entre democracia e eficiência", a Comissão propõe que "para estas medidas de curto prazo haja o chamado fast-tracking", ou seja, um procedimento acelerado.
Durão Barroso precisou que a ideia, bem acolhida quer pelo Parlamento Europeu, quer no último Conselho Europeu extraordinário, visa "nomeadamente tudo o que tem a ver com implementação de medidas relativamente ao mercado interno ou aquelas que podem ter resultado a curto prazo para criar emprego para jovens".
"Acho que esta ideia do 'fast-tracking', reconhecer que há uma situação de crise e que devemos responder nalguns casos com meios excecionais, é muito importante", disse.
No Conselho Europeu realizado a 30 de janeiro passado, a "Comissão Barroso" propôs a formação de "equipas de ação" para combaterem o desemprego jovem nos oito países mais afetados por este fenómeno, designadamente Espanha, Grécia, Eslováquia, Lituânia, Itália, Portugal, Letónia e Irlanda, e no dia seguinte o presidente do executivo comunitário escreveu aos chefes de Estado ou de Governo destes Estados-membros a solicitar "metodologias de trabalho" de modo a se alcançarem "progressos concretos" até abril.
Na sequência desta proposta de Bruxelas, o Governo português criou uma Comissão Interministerial de Criação de Emprego e Formação Jovem, que será coordenada pelo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.
Contactada hoje pela Lusa, fonte da Comissão Europeia indicou ainda não haver data concreta para a deslocação a Portugal de especialistas do executivo comunitário, mas admitiu que tal ocorrerá "nos próximos dias", sendo que Bruxelas já enviou diversas "equipas de ação", a mais recentes das quais hoje mesmo, rumo a Espanha.