Dragão jogou à italiana e acabou todo encolhido, mas arrancou a vitória

Golo de André Silva decidiu uma partida em que Nuno Espírito Santo apostou na diferença mínima e tudo acabou em bem
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Uma vitória mínima, por 1-0, deu ontem ao FC Porto a certeza de que vai continuar na Europa em fevereiro, seja nesta Liga dos Campeões ou na Liga Europa. Em semana de defrontar o Benfica, o treinador Nuno Espírito Santo arriscou muito, mas conseguiu o segundo triunfo nesta prova milionária e passar a somar sete pontos. E pode qualificar-se para os oitavos-de-final com uma vitória em Copenhaga no próximo encontro.

O FC Porto jogou bem o quarto de hora final da primeira parte - o que em 90 minutos não é brilhante. Foi nesse período que marcou o golo e em que teve cinco oportunidades mais. Independentemente de não terem jogado bem, os dragões não permitiram grandes veleidades ao adversário, que teve uma boa oportunidade por Wesley na primeira parte e depois só alguns ameaços na segunda.

Um resultado de 1-0 é perigoso e Nuno brincou com o fogo - até com as substituições (tirando Corona, os outros que entraram foram Rúben Neves e Layún...). Mas ganhou, o que era imperativo. Ganhar assim não dá moral a ninguém, mas perder seria bem pior, claro. Teria sido mais interessante ganhar a dominar o jogo, mas não foi assim que aconteceu ontem, com o Brugge convidado a atacar.

O jogo acabou com 16-6 em remates, 10-4 em canto, 16-17 em faltas, mas 50%-50% em posse de bola. Pôs-se a jeito o FC Porto, mas não passou assim por momentos de grandes calafrios. Correu bem.

FC Porto não sabe pressionar

Quando as coisas se repetem tornam-se um padrão e, se não resultam, então é preciso mudar. O FC Porto voltou a ter meia hora inicial em que ficou a ver o tempo passar, sem uma jogada e sem capacidade de pressão - que, definitivamente, não é a especialidade da equipa de Nuno Espírito Santo.

Perante um adversário rugoso mas limitado, que voltou a usar o 3-5-2 que tinha tido algum resultado na Bélgica, mas com Vossen, Vanaken e Limbombe no banco (e o colombiano Izquierdo, vindo de lesão, entraria na parte final), tudo começou demasiado mal. Herrera, o capitão, viu logo o cartão amarelo ao minuto quatro por agarrar um adversário depois de perder uma bola que não precisava de perder. Jota e André Silva não se conseguiam encontrar; Oliver e Otávio andavam perdidos. A equipa era um corpo sem cabeça e sem critério.

No último quarto de hora da primeira metade a coisa melhorou um bocado. O bloco finalmente adiantou-se e começaram a aparecer cantos e livres perto da área. Marcano e Felipe podiam ter marcado na sequência de cantos, Alex Telles num livre lateral levou a bola à barra e André Silva marcou mesmo de cabeça após canto na esquerda de Alex Telles, com a bola a desviar em Tomas Pina e a entrar.

Recuar e defender até ao fim

Esse foi o período em que o FC Porto mostrou que era melhor, juntamente com alguma coisa do início do segundo tempo, em que por duas vezes esteve perto do 2-0. O resto foi recuar, rezar para que tudo corresse bem e bater-se, como equipa, defendendo até mais não. Com as linhas muito atrasadas, sem dominar o jogo, sem o controlar, de certa forma, mas mantendo a vantagem. Corona teve três acelerações que podiam e deviam ter tido outro fim, porque os belgas davam muito espaço. Mas isso não resultou e o jogo acabou com os portistas de credo na boca.

E quando o árbitro espanhol Undiano Mallenco apitou para o fim sentiu-se um suspiro enorme dos 32 mil adeptos que foram ao estádio. Agora é tempo de virar as atenções para o importante clássico com o Benfica.

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