Dor crónica: Acabar com o estigma do "mal necessário"
Estima-se que em Portugal mais de 35% da população sofra de dor crónica, o que significa mais de três milhões de portugueses. A dor crónica é uma epidemia silenciosa, mas grave e complexa. O seu conceito é, igualmente, o seu maior desafio. A dor é individual e subjetiva, pelo que a sua avaliação, diagnóstico e abordagem corretos envolvem grande dificuldade. A multiplicidade e a desvalorização dos sintomas levam a que, na maioria das vezes, o diagnóstico se prolongue no tempo, o que causa impacto, não só no indivíduo - com a evolução da sua dor e consequente deterioração da sua qualidade de vida -, como na sociedade como um todo. A dor crónica constitui uma ameaça para a sustentabilidade dos sistemas de saúde e social.
Em Portugal, sabemos que a dor é o principal sintoma que leva o doente a procurar o médico e os cuidados de saúde e, em muitos casos, as urgências. A taxa de absentismo e diminuição de produtividade têm um peso igualmente elevado nesta balança. Isso reflete-se na quantidade de baixas médicas associadas à dor crónica. Números recentes referem que os custos associados à dor crónica podem estar na ordem dos 738,85 milhões de euros, o equivalente a 2,7% do PIB nacional. Numa sociedade envelhecida, como é a sociedade portuguesa, prevê-se que o impacto destas patologias seja cada vez maior.
Neste campo, para encontrarmos soluções efetivas, precisamos de uma sociedade envolvida e capacitada a todos os níveis. Será necessário, não só envolver os profissionais de saúde e os doentes, mas também os decisores, docentes, investigadores ou economistas. O envolvimento de todas estas vozes será fundamental para a busca ativa de soluções e para uma mudança de paradigma.
É com este propósito, e com vista a uma participação conjunta, que implica também um debate cada vez mais alargado, que a Grünenthal promove, sobre o mote "No Sentido do Conhecimento", uma nova edição do Fórum Futuro, nos dias 16 e 17 de junho. Este será o maior encontro de especialistas nesta área e pretende assumir-se como um marco na discussão e na tomada decisões que melhorem a consciencialização, a formação clínica, a prestação dos cuidados de saúde e a qualidade de vida do doente.
Diretora Geral Grünenthal Portugal