Doping: Manolo Sáiz admite voltar ao ciclismo

Manolo Sáiz, um dos históricos directores desportivos do ciclismo de elite, admite voltar à modalidade, cinco anos depois de ter sido um dos visados pela "Operação Puerto" da Guarda Civil espanhola, que desmantelou uma rede de doping que abalou o ciclismo espanhol e europeu.
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"Estive afastado da vida pública, por consciência pessoal. Estou a pensar em regressar, porque me dou conta de que os planos de treino que implementei nos finais dos anos noventa continuam a ser os mesmos actualmente", afirmou Sáiz durante a conferência "Dopagem um tumor a extirpar", no âmbito do congresso da Associação Espanhola de Imprensa Desportiva.

Sáiz foi detido em 2006 na posse de 60 mil euros e vários medicamentos e na companhia de Eufemiano Fuentes e José Luis Merino Batres, dois dos alegados cabecilhas da rede de doping. O processo nunca chegou à justiça desportiva, por decisão do juiz de instrução criminal, apesar de ter como alegados clientes 58 ciclistas. Baseado na parca legislação antidopagem que Espanha tinha na altura dos factos, o caso acabou arquivado por o juiz considerar não ter havido ameaça à saúde pública.

O antigo director desportivo da Liberty Seguros-Würth continua a negar as acusações e diz ser um dos afectados da "Operação Puerto". Por isso, foi ao congresso falar de dopagem, sentado ao lado do director da Agência Estatal Antidopagem, Javier Martín del Burgo, e dos jornalistas Javier Ares e Carlos Arribas. "O doping é uma falta ética, uma falta de respeita para com nós próprios e para com os nossos rivais. Não acreditam daquilo que nos acusam no estrangeiro, de que a base dos êxitos do desporto espanhol está na dopagem. Quando, durante um período alargado, se conseguem esses êxitos, a base não pode ser a dopagem", vincou, citado pelo jornal ABC.

Sobre Fuentes, Sáiz diz que, no dia da operação da Guarda Civil, estava na companhia do médico para falar sobre "o cancro dos olhos" de que padecia a filha do clínico. E insiste que "profissionalmente" Fuentes "é bom": "É o melhor psicólogo que há. Vi-o fazer terapias de grupo na ONCE que eram muito boas. É um senhor que faz muito bem qualquer coisa que tenha a fazer."

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