"Estive afastado da vida pública, por consciência pessoal. Estou a pensar em regressar, porque me dou conta de que os planos de treino que implementei nos finais dos anos noventa continuam a ser os mesmos actualmente", afirmou Sáiz durante a conferência "Dopagem um tumor a extirpar", no âmbito do congresso da Associação Espanhola de Imprensa Desportiva..Sáiz foi detido em 2006 na posse de 60 mil euros e vários medicamentos e na companhia de Eufemiano Fuentes e José Luis Merino Batres, dois dos alegados cabecilhas da rede de doping. O processo nunca chegou à justiça desportiva, por decisão do juiz de instrução criminal, apesar de ter como alegados clientes 58 ciclistas. Baseado na parca legislação antidopagem que Espanha tinha na altura dos factos, o caso acabou arquivado por o juiz considerar não ter havido ameaça à saúde pública. .O antigo director desportivo da Liberty Seguros-Würth continua a negar as acusações e diz ser um dos afectados da "Operação Puerto". Por isso, foi ao congresso falar de dopagem, sentado ao lado do director da Agência Estatal Antidopagem, Javier Martín del Burgo, e dos jornalistas Javier Ares e Carlos Arribas. "O doping é uma falta ética, uma falta de respeita para com nós próprios e para com os nossos rivais. Não acreditam daquilo que nos acusam no estrangeiro, de que a base dos êxitos do desporto espanhol está na dopagem. Quando, durante um período alargado, se conseguem esses êxitos, a base não pode ser a dopagem", vincou, citado pelo jornal ABC..Sobre Fuentes, Sáiz diz que, no dia da operação da Guarda Civil, estava na companhia do médico para falar sobre "o cancro dos olhos" de que padecia a filha do clínico. E insiste que "profissionalmente" Fuentes "é bom": "É o melhor psicólogo que há. Vi-o fazer terapias de grupo na ONCE que eram muito boas. É um senhor que faz muito bem qualquer coisa que tenha a fazer."