Doping: Alemanha investiga mais quatro médicos
O procurador Wolfgang Maier, que coordena a investigação, revelou à agência noticiosa desportiva SID que o inquérito foi alargado a mais quatro médicos, além dos dois antigos clínicos principais protagonistas do caso: Andreas Schmid e Lothar Heinrich.
Schmid e Heinrich são visados por violação da lei dos medicamentos, pelo papel activo que tiveram no esquema de dopagem, e foram impedidos de praticar medicina. Os outros médicos são suspeitos de “benefício de vantagem ilícita”: terão aceitado dinheiro de ciclistas da T-Mobile sem que a direcção da clínica tivesse conhecimento desse facto.
O nome dos médicos não foi revelado pelo procurador, mas o jornal Badischer Zeitung, o primeiro órgão de comunicação social a noticiar o alargamento do inquérito, divulgou os nomes: Andreas Blum, Stefan Vogt, Stephan Prettin e Carsten Temme. Prettin é o único que permanece na clínica que no desporto alemão era o mais conceituado centro de medicina desportiva e que durante anos fez o acompanhamento de muitos atletas de alta competição.
A investigação ao doping no desporto alemão, incluindo à principal figura do plantel da T-Mobile/Telekom, Jan Ullrich, e à própria equipa, incidiu em particular na actividade desta clínica. Uma comissão de inquérito mandatada pela Universidade de Friburgo investigou durante dois anos e concluiu que houve “doping sistemático na equipa Telekom, depois T-Mobile, de 1995 a 2006”, período em que Ullrich ganhou a Volta à França (1997), dois títulos de campeão mundial do contra-relógio (1999 e 2001) e sagrou-se campeão olímpico de estrada (2000).
Schmidt e Heinrich eram os responsáveis pelo acompanhamento da equipa de ciclismo e admitiram terem participado nas práticas de dopagem desde 1999. Apesar das provas desvendadas e das confissões de ex-colegas (Erik Zabel, Bjarne Riis, Patrik Sinkewitz, entre outros) e antigos dirigentes, Ullrich não admitiu o seu envolvimento como beneficiário da dopagem organizada.