Domingos Soares Oliveira admite venda de jogadores em janeiro

O administrador da SAD do Benfica garante que as saídas de jogadores não serão por necessidade de equilibrar contas. E ainda revela uma boa notícia que veio do Sporting
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Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD do Benfica, admitiu esta sexta-feira, na apresentação das contas de 2017/18, que poderá em janeiro vender jogadores, mas não por uma necessidade de tesouraria.

"O Benfica tem uma muito menor dependência da venda de jogadores relativamente a outras épocas. É natural que todos os clubes o façam, mesmo nos casos do Real Madrid, PSG e Manchester City. Todos vendem jogadores e também nós iremos fazê-lo, mas não por uma questão de necessidade do ponto de vista de equilíbrio de contas, mas por uma questão de oportunidade ou do menor interesse que possamos ter em relação a algum atleta do Benfica", explicou, acrescentando que na Luz se olha para o mercado "com muita segurança", pois "do ponto de vista de tesouraria, a posição do Benfica é muito sólida".

Um questão muito falada pelo presidente Luís Filipe Vieira tem sido a mudança de paradigma dos encarnados na retenção dos jogadores formados no Seixal por mais tempo, algo que Soares Oliveira admite ter de ser revisto no caso de o Benfica não conseguir o entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões da próxima época. "A Champions, em função do que é o novo paradigma da distribuição de receitas, faz com que os clubes portugueses recebam, ainda que dependendo do seu ranking, uma receita garantida superior a 40 milhões de euros, no caso do Benfica. Se por uma eventualidade não estivéssemos na Champions no próximo ano, isso obrigaria a irmos buscar receita a algum lado ou então a diminuir os gastos que temos", frisou.

Na prática "terá impacto" na planificação da próxima época. "A variável mais fácil de mexer é na dos jogadores, mas não é um cenário que estejamos a equacionar de momento. Estamos em novembro e a época acaba em junho. A recuperação do ranking é importante relativamente à recuperação de receitas", explicou.

A boa notícia que veio do... Sporting

Domingos Soares Oliveira afirmou ainda que o facto de o Sporting ter conseguido recentemente efetuar o empréstimo obrigacionista foi "uma boa notícia para todos". "A última coisa que queremos é que os investidores se assustem com o tipo de produto que têm à sua frente. Desse ponto de vista, independentemente da nossa rivalidade, o relativo sucesso do empréstimo obrigacionista do Sporting é uma boa notícia", frisou.

O administrador encarnado lembrou que nos bancos "existem diretivas" para não trabalharem com o futebol, razão pela qual diz que as SAD "têm de ser capazes de mostrar disciplina financeira". "Hoje, o caminho que o Benfica seguiu transforma a dívida bancária em dívida residual, apostando mais em empréstimos obrigacionais", acrescentou.

Naming e um patrocínio perto de renovar

Soares Oliveira destacou o facto de a SAD do Benfica ter apresentado "o segundo melhor resultado" da sua história e revelou que ainda este ano será renovado "um acordo importante" com um patrocinador, depois de garantida a renovação com a Emirates. E, nesse sentido, assume que os processos que estão em curso na justiça "não afetaram" a relação com os patrocinadores. "Conforme se percebe pelos contratos que foram renovados, creio que seis ou sete, os patrocinadores continuam a confiar nesta gestão. Iremos muito provavelmente anunciar este ano mais um acordo importante de renovação de contrato com o Benfica. Não tem havido efeitos significativos relativamente às principais actividade de negócio", assumiu.

O administrador do Benfica explicou que a venda do naming do estádio está em cima da mesa. "Precisamos de dinheiro para comprar ou reter talento. A venda do naming tem como objetivo poder investir naquilo que é a nossa actividade principal: ganhar. E nesse sentido, não abandonámos a ideia do naming. Temos propostas em fase de discussão e tenho a certeza que vamos concretizá-lo e espero que dentro de muito pouco tempo", anunciou, revelando que as negociações decorrem com empresas internacionais porque "as portuguesas não estão preparadas para fazer esse tipo de investimento".

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