O ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo terá agora mais hipóteses de liderar o Fundo Monetário Internacional (FMI). De acordo com o jornal norte-americano Politico, o holandês Jeroen Dijsselbloem e o inglês Mark Carney, dois dos nomes falados pelo The Wall Street Jornal, estão a perder apoio na corrida para suceder a Christine Lagarde, que se demitiu nesta semana. A lista de candidatos europeus deve ficar fechada até ao final do mês..Mark Carney, o governador do Banco de Inglaterra, deixará de ser uma opção por causa do Brexit. Não é "suficientemente europeu", segundo as fontes anónimas citadas pelo Politico nesta quinta-feira. Deixa assim na corrida Mário Centeno, Nadia Calviño, a ministra da Economia de Espanha, e Olli Rehn, governador do banco central finlandês, tendo em conta que o ex-presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, também estará fora da equação. O mesmo que afirmou, durante o resgate financeiro a Portugal, que os países do sul gastavam o dinheiro todo em copos e mulheres..Dijsselbloem terá perdido o apoio da Itália e do Reino Unido durante as negociações que estão a acontecer à margem de um encontro do G7, em Chantilly, França. No entanto, as conversas entre os países europeus presentes na mesa dos sete mais ricos do mundo não refletem uma decisão conclusiva sobre os candidatos que o Velho Continente vai apresentar. Ainda há três dias, o holandês era apontado pela Bloomberg como o político com mais apoio, por causa da experiência no Eurogrupo, onde era visto como um negociador talentoso. A mesma publicação fala ainda na forte possibilidade de a opção recair sobre uma mulher, o que daria vantagem à ministra espanhola. No entanto, o governo espanhol garante que Calviño está satisfeita com a posição que ocupa em Madrid..A confirmar-se o voto de confiança a Mário Centeno, o FMI ficaria com dois ministros das Finanças portugueses na instituição: Centeno e Vítor Gaspar, há cinco anos como diretor do departamento de Assuntos Orçamentais do FMI.."Qualquer dos nomes que têm sido falados será uma bela escolha e garantirá que ficamos em boas mãos", disse o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, em Chantilly. "Qualquer que seja a escolha, deverá ser baseada no mérito.".Ministro das Finanças francês lidera as negociações."Nós queremos realmente que seja um europeu o escolhido para liderar o FMI", disse o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, citado pela Bloomberg, nesta quinta-feira, à margem da agenda do encontro dos sete países mais ricos do mundo. "Espero que consigamos chegar a um consenso até ao final de julho em relação ao candidato europeu que deve ser o escolhido para um cargo tão importante.".Le Maire faz por estes dias as honras nas negociações para encontrar um candidato que será ou não aprovado pelos 24 membros da comissão executiva do FMI. No entanto, o impasse pode custar à Europa o cargo que tem sido sempre seu nos últimos anos..A atual diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, apresentou a sua demissão nesta quarta-feira. A advogada, economista e política francesa deixa a direção do FMI a 12 de setembro para assumir a presidência do Banco Central Europeu em outubro. Vai substituir Mario Draghi, que termina o seu mandato no dia 31 de outubro.