Doentes recebem oxigénio no carro à porta de hospital em Nápoles

Filas são habituais e imagens geraram mais pânico, levando mais pacientes a procurar o hospital. Doentes com covid-19 que são tratados no local não precisam de internamento.
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Com os hospitais a atingir a saturação em Itália, formam-se filas à porta do hospital de Cotugno, em Nápoles, com os doentes com covid-19 a serem avaliados ainda antes de saírem dos carros. Em alguns casos, recebem mesmo oxigénio sem deixar a viatura.

"O que parecem filas sem fim na televisão são na realidade filas normais. O espaço em frente às emergências do hospital Cotugno é estreito, os carros que se veem não são muitos. Mas de qualquer forma, a triagem é feita a todos no exterior. Aqueles que continuam à espera são aqueles que não precisam de hospitalização imediata", disse Giuseppe Fiorentino, diretor do serviço de pneumologia, ao Il Napolista.

O mesmo responsável indicou ainda que o pânico causado pelas imagens levou mais doentes ao hospital. "O efeito dos media é terrível. E paradoxalmente, os que veem esta situação na televisão entram ainda mais em pânico e vão a correr para o hospital. Pelo menos 20 ou até 30 pessoas que chegam diariamente ao serviço de urgência são enviados para casa após serem monitorizados e vistas. Isto significa que não precisam de hospitalização. Têm dificuldade de respirar e febre, mas ainda não precisam de hospitalização", referiu.

Neste hospital, as 28 camas nos cuidados intensivos estão ocupadas, assim como outras 50, mas o médico diz que ainda há espaço onde os pacientes podem ficar enquanto esperam que abra uma vaga.

Na segunda-feira, foram registados mais 25 mil novos casos de covid-19 em Itália, mas o número de testes foi muito inferior ao normal. Na sexta-feira, tinha havido 40 mil novos casos. Apesar de a maioria dos 570 mil casos ativos estar a recuperar em casa, mais de 30 mil pessoas estão hospitalizadas (mais 1296 em apenas 24 horas), sendo que 2849 estão nos cuidados intensivos.

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