Documentário sobre médicos que fazem aborto tardio

Quarenta anos depois da legalização da interrupção voluntária da gravidez nos Estados Unidos, só quatro médicos ainda praticam o aborto tardio no país. Uma profissão tão perigosa como estigmatizada, saudada num documentário exibido no festival de cinema de Sundance.
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Apresentado na competição oficial, After Tiller faz o retrato dos quatro "irredutíveis" que continuam a praticar o aborto nos últimos três meses da gravidez, mesmo depois do assassínio de George Tiller, pioneiro do aborto tardio, abatido por um militante anti-aborto em 2009.

Quando o Supremo Tribunal dos EUA legalizou o aborto, há 40 anos, deu ao mesmo tempo aos estados o direito a limitarem o aborto tardio. Muitos assim fizeram e os sucessores de Tiller não são bem vindos na maior parte dos Estados Unidos. O aborto tardio representa apenas 1% das interrupções voluntárias da gravidez praticadas anualmente nos EUA.

Para além das ameaças de morte de que são alvo, estes médicos confrontam-se ainda com "barreiras institucionais", disse à AFP a doutora Susan Robinson, pouco depois de ter assistido ao documentário em Park City, no Utah, onde decorre o festival até dia 27. "Se praticar o aborto, é muito difícil trabalhar num hospital, uma vez que estes não apreciam os médicos que fazem interrupções voluntárias da gravidez.

Robinson trabalhou com Tiller e, depois da morte deste, instalou-se em Albuquerque, no Novo México, com uma colega, Shelley Sella. Com LeRoy Carhart e Warren Hern compeltam o quarteto de médicos americanos que ainda continuam a praticar o aborto tardio no país.

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