DN relançado. Três anos depois, o desafio é "até ao fim do mundo"

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O Diário de Notícias é uma Marca Histórica, mas bem viva. Durante décadas, foi conotado com os regimes da I e II República, mas, após o 25 de Abril de 1974, é o Jornal da Liberdade e de várias correntes de pensamento. Além de referência a nível editorial, é importante continuar, todos os dias, a construir a marca, seja no papel diário, seja no site, que é cada vez mais competitivo.

O DN é hoje uma marca de referência e sempre respeitada, com informação útil ao leitor em todas as plataformas, inclusive através de várias manifestações da marca, como as Tertúlias com o Almirante Gouveia e Melo ou com o gestor António Horta Osório, ambas com a participação de altas individualidades da política, economia, diplomacia, sociedade, desporto e cultura.

O jornal fez história e fez escola enquanto diário (o que nunca deveria ter deixado de ser) e coube-me reerguer este título de media, em dezembro de 2020, num contexto muito exigente. Relançar exige uma estratégia clara, trabalho árduo de uma equipa, mesmo que muito reduzida face às necessidades e face à concorrência. A marca foi Superbrand em três anos sucessivos, em que o DN atravessou a pandemia e a guerra na Europa. Foram os mil dias mais intensos das nossas vidas, como portugueses e também como jornalistas; e, neste caso, como diretora do Diário de Notícias.

O segredo foi, em primeiro lugar, manter o jornal independente e respeitado perante o poder político, seja ele qual for - até porque é normal haver pressão e temos de saber lidar com ela, em vez de nos lamentarmos no mercado, como é apanágio de muitos. Em segundo lugar, foco no trabalho e na motivação da equipa, mesmo nas situações limite de esforço humano e de gestão de recursos físicos e financeiros muitíssimo escassos. Só se alcançam resultados com espírito de corpo e trabalho conjunto, por mais dinâmica que seja a liderança. Deixo aqui registado e sublinhado o meu sincero obrigada a todos os que fazem o Diário de Notícias e aos adjuntos que me acompanharam nesta missão.

Em terceiro lugar, e não menos importante, foi preciso (re)conquistar a confiança dos leitores e das leitoras, ao longo destes três anos. Como acontece no setor financeiro e em tantos outros negócios, a confiança é a chave do "crédito" que nos é concedido. E isso é fundamental no jornalismo, seja na confiança das fontes nos jornalistas repórteres (a quem passam factos que são notícia), seja na credibilidade que nos é reconhecida por parte de quem nos lê, ouve e vê em todas as plataformas, inclusive nas parcerias áudio e vídeo do DN com a TSF.

Depois desta enorme honra de ter sido a primeira mulher a dirigir o Diário de Notícias em 156 anos de história e até aos seus 159 anos (e depois de quatro anos a liderar e reinventar o Dinheiro Vivo), aceito o desafio da administração para integrar a equipa que vai agora dirigir uma outra marca de confiança do Global Media Group: a TSF. Curiosamente, a primeira mulher em 35 anos a dirigir esta prestigiada rádio de informação.

É um novo desafio que, mais uma vez, só alcançará bons resultados com uma equipa focada numa rádio do futuro. Pela liberdade, independência editorial e excelência da nossa Informação, "vamos até ao fim da rua, até do fim do mundo".

Diretora do Diário de Notícias

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