Direção da Raríssimas pondera demissão

No mesmo dia em que dois inspetores da Segurança Social visitaram a Casa dos Marcos, o diretor da associação admite que podem acontecer mais saídas
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Em declarações transmitidas pelas televisões, Nuno Branco reconheceu que a direção da Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras está a ponderar a sua demissão, mas o responsável não quis adiantar nada de definitivo, lembrando que se trata de um "órgão colegial" em que as decisões são tomadas conjuntamente.

Nuno Branco alegou que não conhecia de perto as situações divulgadas pela reportagem da TVI sobre a má gestão de fundos da associação, sublinhando que a instituição tem as contas auditadas e que, da parte da direção, houve o pressuposto de que "as coisas foram feitas com legalidade", segundo a Lusa.

O responsável revelou que teve "imensas querelas" com a presidente demissionária, Paula Brito e Costa, e que se terá afastado do seu "modelo de liderança". O diretor da Raríssimas sublinhou ainda que teme "pelos mais de 300 utentes" e cerca de 190 profissionais da instituição, pela sua imagem e pelo "trabalho meritório" que tem feito.

Fontes ligadas ao processo garantem que esta inspeção vai ser "longa e demorada", de acordo com a estação de televisão que emitiu uma reportagem que dava conta de irregularidades nas contas da Raríssimas.

Na sequência desta reportagem, houve já duas demissões:a do agora ex-secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, e a da presidente da associação Raríssimas, Paula Brito e Costa, que se diz vítima de uma "cabala".

Inspetores do Trabalho e Segurança Social estiveram na Associação Raríssimas

Elementos da Inspeção-geral do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social estiveram hoje na Associação Raríssimas, disse à agência Lusa fonte oficial do Ministério.

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, tinha anunciado na segunda-feira a realização de uma inspeção à Associação Raríssimas, com caráter "urgente, rigoroso e exigente" para "avaliar todas as dimensões da gestão" da equipa dirigida por Paula Brito e Costa.

Esta inspeção foi determinada após a divulgação, no sábado, de uma investigação da TVI sobre a gestão da Raríssimas e que mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em vários gastos pessoais.

Fonte oficial do Ministério do Trabalho indicou à Lusa que hoje foi dado início à inspeção na Associação Raríssimas, localizada na Moita, onde fica a Casa dos Marcos, unidade de saúde e apoio social da instituição.

O Ministério Público estava também já a investigar a instituição, após uma denúncia anónima.

Paula Brito e Costa anunciou na terça-feira ao Expresso que se demitia do cargo de presidente da Associação Raríssimas, depois da reportagem emitida da TVI.

Também o ex-secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, pediu no mesmo dia a demissão do cargo, depois de uma entrevista à TVI que surge na sequência da reportagem na qual se refere que foi contratado entre 2013 e 2014 pela associação "Raríssimas", com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.

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