Dirceu contava com indulto de Dilma no mensalão e queria viver em Portugal

O novo acusado na Lava-Jato, com as portas fechadas no seu país e calculando que estaria livre em 2016, sonhava emigrar. A realidade é outra: o ex-ministro está detido em Curitiba e nem do Partido dos Trabalhadores recebe apoio
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José Dirceu sonhava emigrar já em 2016, quando pudesse beneficiar de um indulto concedido anualmente pela Presidência da República, esperava ele e os seus advogados. Portugal era o destino escolhido, avança o jornal Folha de S. Paulo, após uma conversa com o mais recente e mediático acusado da Operação Lava-Jato, que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras, mantida antes da sua detenção na segunda-feira.

Segundo o jornal, o antigo ministro da Casa Civil sentia que tinha as portas fechadas para viver e trabalhar no Brasil. Até esta semana, Dirceu estava a cumprir uma pena de prisão domiciliária de sete anos e 11 meses pela participação no Mensalão - o escândalo de compra de deputados no primeiro governo de Lula da Silva- e tinha em mente emigrar. Um plano inviabilizado por estar desde ontem numa cela de uma esquadra da Polícia Federal em Curitiba, para onde foi transferido desde a prisão em Brasília, por suspeita de envolvimento no Petrolão.

Em Curitiba, Dirceu vai encontrar Sérgio Moro, o juiz que lidera as investigações, e pode, como aconteceu com outros acusados antes dele, ser confrontado com o convite para fazer um acordo de delação premiada - contar o que sabe em troca de considerável redução de uma eventual pena efetiva de prisão. No entanto, na mesma conversa que manteve com o jornal, José Dirceu colocava de lado essa possibilidade.

"Delação não tem pés nem cabeça, primeiro porque não tenho o que delatar e segundo porque não tem nada a ver com a minha trajetória e com a minha vida", afirmou o antigo preso político na ditadura militar brasileira e braço-direito de Lula da Silva no primeiro dos quatro governos seguidos do Partido dos Trabalhadores.

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