Diplomatas expulsos têm 48 horas para deixar Venezuela
"O nosso governo declarou 'persona non grata' (...) a funcionária Breean Marie Mc Cusker, segunda secretária que exerce as funções de vice-cônsul na Venezuela, o cidadão Jeffrey Gordon Elsen, segundo secretário da embaixada dos Estados Unidos em Caracas, que exerce igualmente como vice-cônsul, e Kristopher Lee Clark, segundo secretário", informou Jaua em conferência de imprensa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros precisou que os três expulsos dispõem de 48 horas para deixar a Venezuela.
O anúncio destas expulsões ocorreu na noite de domingo através de uma declaração pela televisão do Presidente Nicolas Maduro. "Que vão conspirar em Washington!", exclamou durante a intervenção.
Elias Jaua justificou as medidas pela participação dos diplomatas na "organização e promoção desses grupos [estudantis] que hoje tentam provocar a violência na Venezuela".
Em Washington, uma porta-voz do Departamento de Estado já reagiu ao considerar "falsas e sem fundamento" as acusações da Venezuela sobre um envolvimento dos EUA nos protestos antigovernamentais.
"Apoiamos os direitos humanos e as liberdades fundamentais -- incluindo a liberdade de expressão e de reunião pacífica -- na Venezuela como em qualquer outro país do mundo", afirmou Jen Psaki.
"Mas como temos referido, cabe ao povo venezuelano decidir o futuro político da Venezuela".
Psaki disse ainda que o Departamento de Estado ainda não foi notificado das expulsões, após assegurar que "são falsas e sem fundamento as alegações de que os Estados Unidos estão a ajudar na organização dos protestos na Venezuela".
O país está confrontado há duas semanas com protestos estudantis apoiadas por diversos setores radicais da oposição, que contestam a insegurança e a degradação da situação económica.
Alguns dos protestos degeneraram em violências, que provocaram três mortos em Caracas na quarta-feira, para além de dezenas de detenções.
Leopoldo Lopez, um dos chefes da contestação e alvo de mandado de captura pela violência de quarta-feira, já apelou a nova manifestação na terça-feira em Caracas.
No final de setembro, Maduro tinha já ordenado a expulsão de três diplomatas dos Estados Unidos, incluindo a encarregada de negócios Kelly Keiderling, também acusada de conspirar com a oposição interna.