Diogo Infante encena "O Deus da Carnificina" no Trindade

Novo diretor do Teatro da Trindade revela novidades da programação até julho,
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O novo diretor do Teatro da Trindade, em Lisboa, encena O Deus da Carnificina, de Yasmina Reza, que se estreia a 1 de março naquele teatro. O espetáculo que coloca em cena dois casais, cultos e de uma classe social elevada, que se confrontam devido a um incidente ocorrido entre os filhos de ambos, de 11 anos.

A partir deste texto, Roman Polanski fez em 2011 um filme bastante premiado com Jodie Foster, Kate Winslet, John C. Reilly e Christopher Waltz. No palco do Trindade, a interpretação estará a cargo de Diogo Infante, Jorge Mourato, Patrícia Tavares e Rita Salema. O espetáculo estará em cena de 1 de março a 29 de abril.

Esta é uma das novidades na programação do Teatro Trindade que está neste momento numa fase de transição desde a saída de Inês de Medeiros da direção artística em outubro do ano passado. "O Trindade quer chamar a si um papel mais dinâmico com espetáculos em regime de produção própria ou coprodução, lançando reptos a companhias e criadores", explica Diogo Infante no pequeno texto que acompanha a programação hoje divulgada.

Na agenda até ao verão, sublinhe-se Quase Normal, um musical encenado por Henrique Feist (5 de maio a 3 de junho) e Carmen - As Vozes dentro de mim, um espetáculo biográfico sobre a atriz Carmen Dolores, também com encenação de Diogo Infante e interpretação de Natália Luiza (11 a 29 de julho). Já na Sala Estúdio, Rogério Paulo encena Mário ou Eu Próprio-o-Outro, partindo do texto de José Régio, sobre a morte de Mário de Sá Carneiro e a sua relação com Fernando Pessoa (10 maio a 3 de junho). Na programação musical, um dos destaques é o concerto de Angel Olsen nos dias 14 e 15 de maio (numa parceria com a ZDB).

150 milhões de escravos estreia amanhã

Denunciar a nova escravatura infantil foi o objetivo de Maria João Luís para a montagem da peça 150 milhões de escravos, que se estreia amanhã no Trindade. Partindo dos números oficiais da Amnistia Internacional, que cifra em 153 milhões o total de crianças escravas no planeta, Maria João Luís construiu um espetáculo para denunciar esta "dura realidade" "de que todos acabam por ser cúmplices, mesmo sem que se apercebam", como a própria disse à agência Lusa. Num espaço marcado apenas por uma rampa e por uma paisagem lateral em plástico insuflável -- que no final da peça sufocará o elenco -, Maria João Luís põe em cena um drama que muitas vezes se socorre do movimento corporal, secundarizando a palavra sem que com isso deixe de transmitir mensagem.

A interpretação está a cargo de Beatriz Godinho, Catarina Rôlo Salgueiro, Emanuel Arada, Ivo Alexandre, João Saboga, José Leite, Hélder Agapito, Lígia Soares e Teresa Sobral. A cenografia é de Ângela Rocha, o vídeo, de Inês Oliveira, o movimento, de Paula Careto, e o desenho de som e de luz de José Peixoto e Pedro Domingos, respetivamente.

Coproduzida pelo Teatro da Trindade INATEL e pelo Teatro da Terra, em parceria com a Câmara Municipal de Ponte de Sor e o Museu do Neorrealismo, a peça vai estar em cena a partir de quinta-feira, até 28 de janeiro, com espetáculos de quarta-feira a sábado, às 21:30, e aos domingos, às 16:30.

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