Dilma Rousseff recupera vantagem face a José Serra
A 12 dias das eleições, a pesquisa do instituto Vox Populi indica Dilma Rousseff com 51% das intenções de voto, contra 39% do candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Os votos brancos e nulos somam 6% e os indecisos são 4%.
Na última sondagem, a diferença entre os dois candidatos era de oito pontos percentuais (48% para Dilma Rousseff e 40% para Serra).
Considerando apenas a contagem dos votos válidos, que exclui brancos, nulos e indecisos, Dilma Rousseff passou de 54 para 57% e Serra caiu de 46 para 43%.
A margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto percentual para cima ou para baixo.
Na análise das regiões, Dilma Rousseff apresenta melhor desempenho no Nordeste (65% contra 28% para Serra), vencendo também no Sudeste (47% contra 40%), onde estão os dois maiores colégios eleitorais do Brasil - São Paulo e Minas Gerais.
José Serra vence, por seu turno, na região Sul (50% contra 41% para a candidata do PT).
A pesquisa ouviu 3000 eleitores entre os dias 15 e 17 de Outubro.
Artistas e intelectuais declaram apoio a Dilma
Artistas e intelectuais lançaram na segunda-feira um manifesto a favor de Dilma Rousseff, num acto que contou com a presença de Oscar Niemeyer e Chico Buarque.
O grupo de apoiantes de Dilma para a segunda volta das eleições presidenciais, em 31 de Outubro, conta também com celebridades como Paulo Betty, os músicos Alceu Valença, Wagner Tiso, Yamandu Costa, Alcione, além do cartoonista Ziraldo e o encenador José Celso Martinez Corrêa.
Sociólogos e filósofos também se reuniram na noite de segunda-feira para manifestar apoio à candidata presidencial do Partido dos Trabalhadores, como o teólogo Leonardo Boff.
No encontro organizado com dezenas de famosos na noite de segunda feira, Dilma Rousseff discursou em defesa de investimentos para a cultura.
Governo Lula "quebrou tabu"
A candidata evitou ataques directos ao seu adversário de campanha, José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), mas não deixou de destacar a gestão de Fernando Henrique Cardoso e o partido tucano.
Dilma argumentou que pagar as dívidas junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) "foi condição para a altivez" do Brasil no cenário internacional e factor de garantia da soberania nacional.
Para a ex-ministra da Casa Civil, o Governo Lula "quebrou o tabu" de que crescimento não era possível com distribuição de rendimentos.
"Nós não queremos ser os Estados Unidos da América do Sul, onde uma grande parte da população negra está na cadeia e uma parte da população branca pobre mora em "roulottes" e não tem acesso às condições fundamentais de sobrevivência digna", pronunciou a candidata, ao enfatizar que, "para ser respeitado, o Brasil deve zerar [acabar] a própria miséria".
Chico: "Brasil não fala fino com Washington"
O cantor Chico Buarque argumentou que hoje o Brasil fala de igual para igual com todos os países: "Não fala fino com Washington, nem fala grosso com Bolívia e Paraguai. Por isso é ouvido e respeitado no mundo todo."