DGArtes: Projeto de Évora com futuro incerto por falta de apoio

O diretor de A bruxa Teatro, de Évora, Figueira Cid, alertou hoje que o futuro do projeto é incerto, depois de ter ficado de fora do programa de apoio da Direção-Geral das Artes (DGArtes).
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"Por cansaço, angústia e revolta, não sei se valerá a pena continuar", confessou o também ator e encenador Figueira Cid, em declarações à agência Lusa.

O responsável realçou que a candidatura apresentada pela A bruxa Teatro "foi considerada elegível" pela DGArtes, mas que, apesar disso, não foi atribuído qualquer financiamento.

"Não entendemos porque voltámos a ser preteridos quando havia condições, quanto mais não fosse, em termos percentuais para que a candidatura fosse apoiada", referiu, manifestando "revolta" pela decisão.

Figueira Cid revelou, contudo, que a Câmara de Évora está a tentar encontrar uma solução para ajudar a manter o projeto em funcionamento.

"O apoio da autarquia não se pode substituir ao subsídio das DGArtes", vincou, sublinhando que o município não pode atribuir apoios diretos por estar sujeito às regras do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL).

Ao programa de apoio sustentado na área do teatro concorreram 90 entidades, 68 das quais receberam financiamento depois de protestos do setor, que se seguiram à divulgação dos resultados preliminares, que colocavam de fora várias companhias históricas do país.

Dessas 90, 71 foram consideradas elegíveis e, destas, por sua vez, três ficaram de fora de financiamento (associação cultural Primeiros Sintomas, associação Liberdade Provisória e A bruxa Teatro).

Os resultados finais, conhecidos na semana passada, mantiveram como inelegíveis companhias como o Teatro Experimental do Porto, a Seiva Trupe e o Festival Internacional de Marionetas do Porto, entre outras.

Os concursos do Programa de Apoio Sustentado da DGArtes, para os anos de 2018-2021, partiram com um montante global de 64,5 milhões de euros, em outubro, subiram aos 72,5 milhões, no início de abril, perante a contestação no setor e, mais tarde, o Governo anunciou novo reforço para um total de 81,5 milhões de euros, tendo o valor final sido de 83,04, segundo publicação em Diário da República.

Os reforços foram anunciados no contexto de ampla contestação, desde associações a estruturas isoladas, passando pelos sindicatos da área, que questionavam os critérios usados pelos júris, para os primeiros resultados provisórios, na base da exclusão de companhias com décadas de existência e com um passado de apoios públicos.

O Programa de Apoio Sustentado às Artes 2018-2021 envolve seis áreas artísticas - circo contemporâneo e artes de rua, dança, artes visuais, cruzamentos disciplinares, música e teatro - tendo sido admitidas a concurso, este ano, 242 das 250 candidaturas apresentadas.

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