Docentes reclamaram na AR suspensão do concurso de mobilidade interna

Professores queixam-se de que docentes mais graduados foram colocados a centenas de quilómetros de casa
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Um grupo de cerca de três dezenas de professores reclamou esta terça-feira, junto da Assembleia da República, a suspensão do mais recente concurso de mobilidade interna, que consideram marcado por "injustiça e ilegalidades".

A delegação, que se deslocou ao parlamento para se encontrar com Bloco de Esquerda e o PCP e assistir à reunião da comissão parlamentar de Educação e Ciência, reivindica uma "resolução política" para o concurso de mobilidade interna, afirmando que professores mais graduados foram colocados "a centenas de quilómetros de casa", enquanto outros colegas menos graduados ficaram nas escolas da sua preferência, disse à agência Lusa um dos representantes do grupo, Miguel Moura.

"Na primeira lista da mobilidade interna o Ministério da Educação decidiu não colocar, ao arrepio do que tinha ficado no decreto-lei do lançamento do concurso, os horários incompletos no concurso, subtraindo oito mil horários", disse Miguel Moura.

O professor, que ficou colocado numa escola a 275 quilómetros de casa, afirmou que "isto vai contra a Constituição e o direito administrativo".

Miguel Moura referiu que da parte do Bloco de Esquerda e do PCP tiveram total apoio às suas reivindicações e afirmou esperar que o primeiro-ministro, António Costa, que os professores interpelaram no fim de semana em Matosinhos, "vá ao encontro do que disse então, que ia encontrar uma solução, porque não queria professores descontentes e desmotivados nas escolas".

Este movimento afirma representar cerca de cinco mil professores, e interpôs uma providência cautelar para suspender o concurso de mobilidade interna e assim "criar espaço para a resolução política desta situação", acrescentou o docente.

Enquanto decorria a reunião da comissão parlamentar, cerca de 20 professores que não puderam entrar no parlamento concentraram-se em frente à Assembleia da República contra a situação atual da colocação de docentes.

Helena Goulão, professora há 25 anos, explica que a lei não foi cumprida na primeira lista da mobilidade interna, acrescentado que aquilo que está em causa neste protesto são os direitos legais dos professores e não a reivindicação de "privilégios".

Os profissionais esperam uma solução que preveja a anulação das listas de colocados e o lançamento de "novas listas com todos os horários, para todos os professores", afirma Mariana Lopes. Helena Goulão acrescenta que esta é uma hipótese simples e não prejudicaria o início do ano letivo.

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