Detidas 20 pessoas ligadas ao chefe máximo da "Cosa Nostra"
Vinte e uma pessoas ligadas ao 'capo' Matteo Messina Denaro, considerado o chefe máximo da máfia siciliana e procurado pelas autoridades há 25 anos, foram detidas hoje na província de Trapani, noroeste da Sicília, Itália.
Em comunicado, a polícia italiana explicou que a operação se insere numa "investigação mais ampla cujo objetivo é capturar o fugitivo Matteo Messina Denaro, nomeadamente através do enfraquecimento progressivo dos circuitos criminosos que o apoiam e da limitação dos seus recursos económicos".
As pessoas detidas, suspeitas de associação mafiosa, extorsão e porte ilegal de armas, integram também uma rede de distribuição de ordens do 'capo' através dos tradicionais "pizzini", pequenos pedaços de papel com mensagens codificadas.
Escutas citadas na imprensa italiana incluem uma conversa em que um membro da máfia afirma que deviam ser erigidas estátuas de Matteo Messina Denaro e do pai, Francesco, um "padrinho" que morreu em 1998, ao nível da estátua do santo Padre Pio, de grande devoção popular no sul de Itália.
Noutra escuta, um mafioso elogia o assassínio de um rapaz de 15 anos, que esteve em cativeiro dois anos e acabou por ser assassinado e o seu corpo dissolvido em ácido, para dissuadir o pai de colaborar com a justiça.
"Fez bem", diz o mafioso referindo-se ao 'capo' Giovanni Brusca, que ordenou o assassínio do rapaz.
Matteo Messina Denaro, 56 anos e procurado desde 1993, é considerado o sucessor dos líderes históricos da Cosa Nostra Toto Riina e Bernardo Provenzano, que morreram ambos recentemente na prisão.
Nascido em Castelvetrano, na província de Trapani, Messina Denaro foi condenado à revelia a prisão perpétua por vários homicídios.
Entre os detidos figuram Gaspare Como e Saro Allegra, maridos das irmãs do 'capo'.