Enfermeira suspeita de ter matado oito bebés no Reino Unido
Uma profissional de saúde foi detida na terça-feira no Reino Unido por suspeitas de ter matado oito bebés e de ter tentado matar outros seis, numa unidade neonatal no noroeste da Inglaterra, anunciou ontem a polícia local.
A polícia não quis especificar se a mulher era enfermeira, médica ou outro tipo de funcionária, mas segundo o jornal The Guardian foram feitas buscas numa casa próxima do hospital, onde vivia a enfermeira Lucy Letby, de 28 anos. A polícia esteve ainda na casa dos pais da enfermeira que começou a trabalhar neste hospital em 2011, depois de ter terminado o curso, refere o The Telegraph.
A detenção resultou de uma investigação - Operação Colibri - na unidade neonatal do hospital público do condado de Chester, devido a suspeitas sobre as circunstâncias da morte de 17 bebés entre junho de 2015 e junho de 2016. Desde que pediu a abertura deste processo, em maio de 2017, o hospital deixou de tratar os casos de bebés mais prematuros com menos de 32 semanas.
Em novembro de 2016, o Colégio Real de Pediatras e Saúde Infantil fez um relatório em que reconhecia não haver explicação para as mortes, apesar de terem sido encontradas algumas semelhanças entre os casos. O relatório sublinhava ainda a existência de falhas na investigação dos casos. Apesar dos bebés mortos terem sido submetidos a exames, estes não incluíam análises que poderiam ter encontrado vestígios de veneno ou mudanças nos níveis de açúcar no sangue. Os exames de toxicologia não são rotina, mas são muitas vezes usados quando a causa de morte não é identificada e pode mostrar se havia drogas ou químicos no sistema.
Como resultado da primeira investigação, a polícia anunciou que as autoridades se encontram a investigar a morte dos outros bebés e os ferimentos sofridos por outros 15, nesse mesmo período. Segundo o investigador Paul Hughes, devido à natureza do caso, a polícia consultou uma série de especialistas para extrair "toda a informação possível", de modo a indicar detalhadamente as causas das mortes.
"Não estabelecemos prazos, mas nesta investigação estamos comprometidos a chegar às conclusões o mais rapidamente possível", afirmou Hughes, assegurando que as famílias dos menores estão a par de todos os avanços na investigação.
O diretor do hospital, Ian Harvey, afirmou ontem que o pedido de investigação não foi realizado de forma ligeira, mas devido à necessidade de o hospital e das famílias obterem as respostas necessárias. "Pedir à polícia para investigar não foi nada que tivéssemos feito de ânimo leve, mas precisamos de fazer tudo o que podemos para entender o que se passou aqui e obter as respostas que nós e as famílias tão desesperadamente queremos", disse, citado pelos media britânicos.