Detida alegada operacional da ETA em fuga desde 1979
Maria Natividad Jauregui Espina, também conhecida como Pepona, nascida em San Sebastian em 1958, foi interpelada em Gant, às 18:30 (17:30 de Lisboa), no quadro de dois mandados de detenção europeus, um por assassínio e outro por terrorismo, adiantou fonte do Ministério, em comunicado.
Pepona foi acusada pela fonte ministerial de ter integrado "o 'comando Vizcaya' entre janeiro e julho de 1981", bem como de ser "responsável, com o resto dos seus membros [daquele comando], de várias ações terroristas dirigidas contras a forças da segurança do Estado".
Esta mulher, em fuga desde 1979, "participou em vários atentados terroristas, nos quais foram assassinados dois polícias, dois guardas-civis e dois militares, para além de causarem ferimentos graves a vários agentes das forças de segurança", acrescentou.
O Ministério acusou-a de "ligação ao assassínio, em março de 1981", num quarteirão de Bilbau, de um subcomissário da polícia, morto com uma bala na nuca.
Vários dias depois, Maria Espina "disparou, com um outro membro do 'comando Vizcaya', sobre um tenente-coronel do exército, que morreu dos ferimentos", o que lhe valeu o mandado de detenção por assassinato, ainda segundo o Ministério.
Já o mandado de detenção por "terrorismo" foi emitido por disparar, em junho de 1981, sobre uma patrulha da Guarda Civil, em Bilbau, causando ferimentos graves a vários agentes.
Antes, Pepona e os outros membros do 'comando' tinham, em maio de 1981, feito explodir uma bomba à passagem de uma patrulha da Guarda Civil, matando dois agentes, ainda segundo o Ministério.
E em abril do mesmo ano, este mesmo grupo atacou uma coluna da Polícia Nacional, matando um agente e ferindo outros dois com gravidade.
A ETA, classificada como organização terrorista pela União Europeia e os Estados Unidos, é considerada responsável pela morte de 829 pessoas em mais de 40 anos de luta armada pela independência do país Basco e de Navarra.
Muito enfraquecida depois de numerosas detenções nas suas fileiras, a ETA anunciou em 20 de outubro de 2011 que colocava um fim definitivo à violência.