Confirmada a morte dos cinco passageiros do Titan
A Guarda Costeira dos EUA confirmou esta quinta-feira a morte dos ocupantes do Titan e que os destroços detetados na área do Titanic são do submersível que desapareceu no Atlântico norte no domingo com cinco pessoas a bordo. Um perito, citado pela Sky News e BBC, já tinha indicado que os destroços correspondem à "estrutura de pouso" e a "uma tampa traseira do submersível".
Em conferência de imprensa, a Guarda Costeira norte-americana afirmou que Titan terá sido destruído por uma "implosão catastrófica", dando conta que encontraram cinco peças que serão do submersível, incluindo o cone traseiro.
"Os destroços são consistentes com uma perda catastrófica da câmara de pressão", disse o contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos EUA, que liderou as operações de busca, afirmando que as famílias foram "imediatamente" informadas sobre os trágicos desenvolvimentos.
O "campo de destroços" foi encontrado perto da zona onde se encontra o que resta do Titanic, a menos de 500 metros do navio que se afundou em 1912. "A demonstração de apoio nesta operação de busca altamente complexa foi muito apreciada. As nossas mais sinceras condolências vão para os amigos e entes queridos da tripulação", referiu Mauger.
O responsável afirmou que a procura pelos corpos vai continuar, apesar de não avançar com perspetivas, uma vez que os trabalhos são complexos. "É um ambiente incrivelmente implacável no fundo do mar e os destroços são consistentes com uma implosão catastrófica" do submersível, disse o contra-almirante.
Mauger referiu que os meios que estiverem envolvidos nas operações de busca vão desmobilizar ao longo das próximas 24 horas, mas que as operações remotas vão continuar no fundo do mar por tempo indeterminado.
As buscas estão a ser realizadas recorrendo a veículos subaquáticos operados remotamente, conhecidos como ROV, que podem inspecionar o fundo do mar.
Antes da conferência de imprensa da Guarda Costeira, a OceanGate, empresa responsável pelo submersível, emitiu uma nota dizendo acreditar que os cinco ocupantes do Titan estavam mortos.
"Consideramos neste momento que o nosso patrão Stockton Rush, Shahzada Dawood e o seu filho Suleman, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeolet estão infelizmente mortos", indicou a empresa em comunicado.
"Estes homens eram verdadeiros exploradores que partilhavam um espírito de aventura distintivo e uma profunda paixão pela exploração e proteção dos oceanos", destacou a OceanGate.
A confirmação do trágico desfecho aconteceu horas depois de as autoridades indicarem que tinham detetado destroços na área de buscas do Titan.
"Foi descoberto um campo de destroços na área de buscas, por um ROV, perto do Titanic. Os especialistas do posto de comando unificado estão a avaliar as informações", podia ler-se numa mensagem da Guarda Costeira do Nordeste dos EUA que foi publicada, durante a tarde, no Twitter.
Os destroços foram detetados pelo veículo de operação remota (ROV) do navio canadiano Horizon Arctic, de acordo com o comunicado da Guarda Costeira norte-americana.
David Mearns, um especialista em resgate, citado pela Sky News e BBC, afirmou, mais tarde, que os destroços detetados pertencem ao Titan. São uma "estrutura de pouso e uma tampa traseira do submersível", afirmou o perito, que é amigo de dois dos cinco ocupantes do Titan, o empresário britânico Hamish Harding e o explorador francês Paul-Henri Nargeolet.
À Sky News, David Mearns disse que pertence a um grupo de Whatsapp que envolve o The Explorers Club. Referiu que foi o presidente deste clube, que está "diretamente ligado" aos navios que estão nas operações de busca, quem deu a informação de que os destroços correspondem à "estrutura de pouso" e a "uma tampa traseira do submersível".
"Isto significa que o casco ainda não foi encontrado, mas duas partes muito importantes de todo o sistema foram descobertas. Não seria possível encontrá-las a menos que estivessem fragmentadas", disse o especialista à Sky News.
David Mearns disse que os elementos da Guarda Costeira "não usam expressões como 'campo de destroços' a menos que não haja nenhuma hipótese de resgatar os homens vivos".
Durante esta tarde, a CNN International avançou que um navio canadiano com uma equipa médica especializada já estava no local das operações de busca pelo Titan, assim como uma câmara hiperbárica, com capacidade até seis pessoas, segundo informação de um oficial das Forças Armadas do Canadá.
Foi no domingo que o submersível Titan, da empresa Ocean Gates Expeditions, desapareceu no Atlântico norte quando descia para uma visita turística ao que resta do Titanic, que se encontra a cerca de 3.800 metros de profundidade. O navio afundou-se na viagem inaugural, em 1912, depois de embater num icebergue, provocando a morte de 1.500 passageiros e tripulantes.
A Guarda Costeira norte-americana, apoiada por vários aviões e navios, intensificou hoje as buscas para encontrar o submersível e tentar retirar as cinco pessoas que estão a bordo, mas ao início da noite acabou por confirmar a morte dos ocupantes do Titan.
Seguiam no submersível o empresário e explorador britânico Hamish Harding, de 58 anos, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, de 48 anos, e o filho Suleman Dawood, de 19, Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos., um explorador francês e um antigo oficial da Marinha, que é conhecido como o "Senhor Titanic", bem como Stockton Rush, de 61 anos, o CEO da OceanGate Expeditions, responsável pela viagem.
Com Lusa