Despedidos exigem dois salários por cada ano de casa

Os 51 trabalhadores da fábrica têxtil Fitor, em Famalicão, abrangidos pelo anúncio de despedimento coletivo vão exigir indemnizações de dois salários por cada ano de casa, foi hoje decidido.
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"Os trabalhadores não aceitam, de forma nenhuma, que a indemnização se fique por um salário por cada ano de trabalho. Vão exigir dois salários, até porque estamos a falar de uma multinacional", disse à Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores.

Ernesto Freitas falava no final de um plenário de trabalhadores, em que foi ainda decidido lutar para que pelo menos um elemento do casal abrangido pelo anúncio de despedimento continue na fábrica.

Além disso, há ainda o caso de três trabalhadores que terão sido "indevidamente" integrados na lista de despedimento, uma vez que não laboram nos setores a extinguir na fábrica.

Segundo Ernesto Freitas, a maior parte dos trabalhadores afetados tem "muitos anos" de casa, que em alguns casos poderá chegar a perto de 40.

Todas estas situações serão levadas pela Comissão de Trabalhadores para a reunião que terá com a administração da empresa, na sexta-feira.

A Fitor anunciou o despedimento coletivo de 51 trabalhadores, a concretizar de forma faseada até 01 de dezembro.

A medida abrange todos os trabalhadores das secções de torcedura e texturização, que serão encerrados.

"A administração alega que fica mais barato comprar o fio já pronto para ir diretamente para a tinturaria", referiu Ernesto Freitas.

Entretanto, a empresa está também a negociar acordos mútuos para a saída de mais trabalhadores, tendo já 21 deixado a Fitor antes das férias.

"Mas as negociações para mais acordos continuam", acrescentou Ernesto Freitas.

Segundo disse, a administração justificou a medida com a crise internacional e a consequente diminuição do volume de encomendas.

Os patrões terão ainda dito que o despedimento coletivo representa uma tentativa para assegurar a manutenção da empresa e salvar os restantes postos de trabalho, mas mesmo assim "sem garantias".

Implantada em Famalicão desde 1964, a Fitor dedica-se ao fabrico de fios sintéticos têxteis, tendo chegado a empregar mais de 400 trabalhadores.

Atualmente, tem perto de 150, um número que pode ser reduzido "drasticamente" nos próximos meses.

A Lusa tentou ouvir a administração, mas ainda não foi possível.

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