Desenhos inéditos de Domingos Sequeira chegam ao mercado
Um conjunto inédito de 51 desenhos de Domingos Sequeira (1768-1837) arrisca-se a ser a estrela da próxima Feira de Artes e Antiguidades, entre 7 e 15 de maio. Pertence ao pintor de quem mais se fala por estes dias, depois de confirmada a aquisição de A Adoração dos Magos de Domingos Sequeira para o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, e nunca foram mostrados ao público. Até agora.
A história é contada pelo antiquário Álvaro Roquette, em Paris, onde tem uma parte do seu negócio, em sociedade com Pedro Aguiar-Branco (e vende por estes dias uma obra de Amadeo de Souza-Cardoso, que estava até agora na coleção Jorge de Brito). Este é um álbum de que poucos sabiam da existência até meados do século XX.
"Em 1956 foi editado um fac-símile pelo Instituto de Alta Cultura, pelo que não são conhecidos fisicamente", explica o antiquário, ao telefone com o DN, de Paris. Eis, portanto, a questão: o conjunto é conhecido pelos especialistas, mas mesmo para estes esteve sempre longe de poder ser visto (e investigado).
Álvaro Roquette diz que o seu trabalho, e o de Pedro Aguiar-Branco, é esse: encontrar estas peças. "Andamos sempre à procura de coisas escondidas. Somos como detetives." Foi Pedro Aguiar-Branco quem se cruzou com este álbum - o Álbum do Palácio de Arroios.
Há cinco anos que namoram este álbum ao seu proprietário, herdeiro do título de marquês de Funchal e descendente do primeiro-conde de Linhares, D. Rodrigo Domingos António de Sousa Coutinho (1745-1812), o homem que compilou estes desenhos, realizados, na sua maioria, no seu palácio, o Palácio de Arroios.