Dérbi à moda do Porto. Um duelo "histórico", segundo Sérgio Conceição e Jorge Simão
O líder Sérgio Conceição não tem dúvidas sobre as dificuldades de "um jogo difícil frente ao Boavista", apesar do 16.º lugar dos axadrezados na tabela. Já Jorge Simão admitiu que hoje em dia há "diferenças abissais" entre os dois clubes, que "já foram muito menores num passado recente". O jogo da 11.ª jornada é domingo às 20:00, no Estádio do Bessa.
"Acho que estes jogos são sempre difíceis. É um dérbi histórico da cidade do Porto. Espero um jogo intenso, disputado de forma leal, dentro e fora do campo. Estamos preparados para assumir a responsabilidade do jogo e para ganhar três importantes pontos na nossa caminhada", disse o treinador do FC Porto, este sábado, na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Boavista.
O histórico de confrontos no Bessa dá vantagem aos dragões, mas Sérgio Conceição não é treinador de se guiar por dados estatísticos: "Não olhamos para estatísticas, mas estamos atentos. Contudo, não é isso que faz com que o FC Porto esteja mais ou menos confiante. Normalmente, quando tenho uma conversa com um jogador e ele diz que precisa jogar para ganhar confiança, digo-lhe que é exatamente o contrário. O jogador precisa de ganhar confiança nos treinos para jogar. Valorizamos o trabalho diário."
Para o técnico portista, "há jogos que não correm tão bem", porque os adversários são bons e há "algumas adversidades" que não dá para controlar: "O momento é bom até ao próximo momento, ou seja, até ao jogo. Temos de manter este bom momento, é um desafio para todos."
Confrontado sobre as notícias de um quase despedimento de Rui Vitória (Benfica), Sérgio preferindo salientar que o bom jogo feito pelos dragões frente ao Schalke 04 na Liga dos Campeões e o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, que foi menos destacado do que a situação vivida na Luz..
Sobre a situação do holandês Bazoer, que está a trabalhar com a equipa B, Sérgio Conceição diz que esta situação é "para ficar dentro" do seio da equipa:"O Bazoer está de parte, não estará no jogo de amanhã [domingo]. De qualquer das maneiras sabem como é a minha forma de pensar. Quando há algum ato que sai fora dos carris ou do barco, quando estamos todos a remar para o mesmo lado, mas há um que mete o dedo de fora no sentido contrário, e por essa unha o barco vai mais devagar... pode ser o suficiente para perdermos o campeonato no final da época. Não quero isso. Tudo o que seja remar contra a nossa maré, tem vida difícil. Muitas vezes é o próprio grupo de trabalho que pensa assim. Tenho gente verdadeiramente comprometida. Quem não está dessa forma não pode estar no grupo."
Para o treinador do Boavista não há outra forma de abordar o jogo com o FC Porto a não ser "ir à luta sem medo". Jorge Simão lembrou que os confrontos entre axadrezados e dragões têm "uma história ", sendo o "dérbi mais antigo do país" devido à "acérrima rivalidade" que opõe as duas equipas.
"Já estiveram ambas a lutar pelos mesmos objetivos, mas neste momento não estão. Olhamos para a tabela classificativa e vemos diferenças grandes ainda, vemos uma diferença orçamental ainda maior e é um facto que nos encontramos lá para baixo na classificação", afirmou o técnico dos boavisteiros, lembrando que a equipa tem vindo a melhorar: "Nos últimos seis jogos conseguiu três vitórias e dois empates". O outro foi uma derrota com o Sporting (3-0), em Alvalade.
Para o jogo com o FC Porto, Jorge Simão espera um Boavista com "muita coragem", pois "não tem nada a perder", apesar de ir jogar com "um adversários que neste momento é praticamente invencível quer internamente quer nas competições europeias". Basta ver que nos últimos 13 jogos, venceram 12.
No Boavista, Fábio Espinho estará recuperado do problema físico que o afetou recentemente e é opção para o encontro.