Deputados com "tarefa difícil" em obter respostas do presidente do Popular Portugal

"Não acompanhei", "não tive conhecimento" e "não sei" foram expressões utilizadas recorrentemente pelo responsável máximo do banco Popular Portugal
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O presidente do Conselho de Administração do banco Popular Portugal foi hoje ouvido no parlamento sobre o Banif, numa audição onde remeteu a maioria das explicações para o centro de operações do banco, em Madrid.

"Está a ser uma tarefa difícil" obter esclarecimentos, declarou a certa altura António Carlos Monteiro, do CDS-PP, quando questionava Carlos Álvares na comissão parlamentar de inquérito sobre o Banif, banco que o Popular quis comprar.

Antes, Miguel Tiago (PCP) havia reconhecido as "baixas expectativas" desta audição após várias perguntas sem resposta, e o PS, anunciou o coordenador do partido na comissão, João Galamba, escusou-se inclusive a fazer perguntas.

Já o PSD, pela deputada Joana Barata Lopes, gastou a totalidade do tempo disponível mas a grande maioria das perguntas ficou sem resposta, o que viria também a acontecer com as questões de Mariana Mortágua (BE).

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"Não acompanhei", "não tive conhecimento" e "não sei" foram expressões utilizadas recorrentemente pelo responsável máximo do banco Popular Portugal, que remeteu esclarecimentos para Espanha e demonstrou-se disponível para fazer a ligação com os responsáveis do banco em Madrid com a pasta das fusões e aquisições.

A audição do responsável acabaria por demorar apenas cerca de 45 minutos, e o vice-presidente da comissão, Luís Marques Guedes, reconheceu no final que poderá ter havido um "lapso" da comissão de inquérito ao chamar Carlos Álvares ao parlamento ao invés de quadros espanhóis.

Entre as poucas revelações do presidente do Popular Portugal esteve a de que terá sido, na sua "opinião pessoal", o "grande conservadorismo" do Popular a travar uma melhor proposta pelo Banif.

"A minha opinião é que resultará do grande conservadorismo da nossa casa. Mas não sei responder. (...) Pessoalmente, tive pena, acho que a operação podia ter interesse para nós em termos de crescimento de negócio. Mas mais não posso dizer", declarou.

Mais, a oferta do banco pelo Banif foi conduzida a partir de Madrid, e a participação da sucursal portuguesa foi reduzida.

"Sabia que a operação estava a decorrer mas não participei nela, nem eu nem outros quadros do banco Popular em Portugal", advogou.

Carlos Álvares foi nomeado em 08 de julho presidente do banco Popular Portugal, em substituição de Rui Semedo, que faleceu na semana anterior.

O atual presidente do banco Popular era o número dois do banco desde 2011 e, como diretor-geral de negócios, assumia as responsabilidades da rede comercial, da banca corporativa, da banca privada, do 'marketing', da qualidade e da comunicação.

O Popular Portugal é uma entidade que o banco espanhol Popular comprou em 2003, que conta com 8,4 milhões de ativos, 1.350 funcionários e 170 agências espalhados pelo território português.

O Popular Portugal é um banco orientado para a banca de retalho, que representa 7,2% do volume de negócio do Grupo Banco Popular.

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