A candidata da AfD, Mariana Harder-Kühnel, de 44 anos, deputada considerada uma representante da ala mais moderada da formação de extrema-direita, obteve, numa votação final, 199 votos a favor e 423 contra..É habitual que cada força política com assento no Bundestag (atualmente são seis, incluído a AfD) tenha um representante ao lado do presidente daquela câmara, Wolfgang Schaeuble, um veterano conservador alemão. .Atualmente, a AfD conta com 91 deputados e é a terceira força do parlamento, atrás do bloco conservador (CDU/CSU) da chanceler alemã, Angela Merkel, com 246 assentos, e dos seus parceiros de coligação, os sociais-democratas (SPD), com 152 lugares..O chumbo da candidatura da AfD representa uma rutura com esta norma não escrita do parlamento alemão..A rejeição da candidata da AfD foi confirmada pelos deputados do Bundestag após três rondas de votação..Na terceira votação, realizada por voto secreto, a candidata da AfD só precisava de ter mais votos a favor do que votos contra, enquanto que nas anteriores rondas precisava de ter alcançado uma maioria simples entre os 709 deputados que compõem o Bundestag..Antes da última votação, a AfD reclamou o apoio dos deputados de outros grupos parlamentares, argumentando que a primeira força da oposição alemã devia ter acesso a uma das seis vice-presidências do Bundestag e que os parlamentares não deviam bloquear tal admissão..A formação de extrema-direita, que já conta com representação nas 16 câmaras regionais dos Länder (Estados federados), já tinha tentado alcançar, em 2017, a vice-presidência do parlamento..Na altura, o candidato foi Albrecht Glaser, de 77 anos, um nome conotado com a ala mais radical da AfD..Albrecht Glaser seria rejeitado depois de ter sugerido que a liberdade de religião não deveria ser aplicada ao islamismo.