Deputado de Merkel quis dar o exemplo e acolheu dois eritreus

Há um ano, Martin Patzelt defendeu que os alemães deviam receber refugiados em casa. Agora vive com Haben e Awet, da Eritreia. Atitude não muito bem recebida na CDU
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A Alemanha espera receber neste ano 450 mil refugiados, um número que é mais do dobro dos 200 mil que chegaram no ano passado. Este aumento de migrantes tem sido acompanhado pela escalada do protesto de muitos alemães, nomeadamente de extrema-direita, e até por ataques contra refugiados ou centros de acolhimento. Outros tentam mostrar que esta violência não é o sentimento geral.

Martin Patzelt, de 68 anos, é um dos casos mais mediáticos. O deputado da CDU de Angela Merkel recebeu há cerca de um mês dois refugiados da Eritreia e defende que mais alemães deviam seguir o seu exemplo. "Acolher alguém, assegurar que os refugiados têm uma cara e um nome, reduz a polarização, a hostilidade, o medo", disse à televisão pública alemã ARD.

Patzelt vive em Briesen, perto de Frankfurt, e conheceu Awet, de 24 anos, e Haben, de 19, na igreja. Primeiro, ele e a mulher convidaram-nos para jantar lá em casa. Mais tarde os dois jovens perguntaram se não podiam ficar a morar com eles. "Dissemos que sim. Queremos ajudá-los a começar uma nova vida, ajudá-los a aprender alemão e um dia devolvê-los à sociedade, como fazemos com os nossos filhos", contou ao jornal Die Welt. Os dois eritreus dormem no sótão, espaço que partilham com um dos filhos do deputado.

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