Deputado conservador demite-se após admitir assistir a pornografia no parlamento britânico

A decisão de Parish em renunciar ao lugar desencadeia uma eleição suplementar no distrito eleitoral de Tiverton e Honiton em Devon, onde obteve uma maioria em 2019, quando o primeiro-ministro Boris Johnson obteve uma vitória esmagadora.
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O deputado do partido conservador, Neil Parish, demitiu-se este sábado após admitir que viu, deliberadamente, pornografia no telemóvel na Câmara dos Comuns.

"Acho que devo ter abandonado completamente os meus sentidos e as minhas sensibilidades, e sentido de decência, tudo", disse o deputado à BBC numa entrevista que foi transmitida este sábado onde anunciou a sua renúncia ao cargo. "Foi um momento de loucura e também totalmente errado... não vou defendê-lo".

Neil Parish, de 65 anos e deputado desde 2010, já tinha sido suspenso na sexta-feira pelo partido conservador e está a ser alvo de uma investigação interna.

A sua identificação pública acabou com dias de especulação depois de surgirem pelo menos dois outros legisladores a reclamar que ele tinha sido visto a assistir a pornografia numa sessão na Câmara dos Comuns, entre acusações mais amplas de um ambiente misógino no parlamento britânico.

A decisão de Parish de renunciar desencadeia uma eleição suplementar no distrito eleitoral de Tiverton e Honiton, em Devon, onde obteve uma maioria em 2019, quando o primeiro-ministro Boris Johnson obteve uma vitória esmagadora.

Desde o verão passado que Boris Johnson e o seu partido enfrentam uma série de escândalos e este incidente ocorre em pleno debate sobre sexismo no parlamento britânico.

No último domingo, o jornal Sunday Times revelou que três ministros e dois deputados da oposição enfrentam acusações de "mau comportamento de natureza sexual", termo que pode abranger assédio sexual, 'voyeurismo' ou mesmo agressão sexual.

Os mais recentes acusados estão entre os 56 deputados denunciados a um gabinete responsável pelo registo deste tipo de denúncias, criado após o surgimento do movimento "Metoo".

Um ataque misógino à número dois do Partido Trabalhista, Angela Rayner, relatado pelo tabloide Mail on Sunday, também gerou polémica.

Segundo este jornal, deputados conservadores anónimos acusaram Rayner de distrair o primeiro-ministro cruzando e descruzando as pernas no parlamento, denúncia que Boris Johnson considerou na segunda-feira uma "estupidez sexista e misógina".

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