Deputada britânica quer moratória sobre carne proveniente da União Europeia

A presidente da comissão parlamentar britânica encarregada das questões da alimentação exigiu hoje uma moratória sobre as importações de carne proveniente da União Europeia (UE).
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A moratória tem como objetivo clarificar a origem da carne de cavalo descoberta em produtos etiquetados como carne de vaca.

"Penso que deveria haver uma moratória sobre toda a carne" proveniente da União Europeia, "o tempo necessário para determinar a fonte da contaminação", declarou Anne McIntosh na BBC.

A deputada, membro do Partido Conservador -- do primeiro-ministro David Cameron --, já fez o pedido no início do escândalo, quando carne de cavalo foi encontrada entre bifes no Reino Unido e Irlanda.

"Devemos restaurar muito rapidamente a confiança dos consumidores, e eu o repito, não há absolutamente problemas com a carne de vaca britânica. Há um sistema de rastreio a ser realizado (...) Comprar carne de vaca no supermercado ou no seu talho", acrescentou Anne McIntosh.

Grandes quantidades de carne de cavalo -- indicada como sendo 100% carne de vaca -- foram descobertas no Reino Unido em bifes, depois em lasanhas e em esparguete com molho bolonhesa.

Os bifes foram fornecidos por sociedades britânicas e irlandesas, as lasanhas e os esparguetes pela sociedade francesa Comigel.

Esta última abastecia-se do produto junto da empresa francesa Spanghero, que afirma ter comprado a carne na Roménia.

As autoridades de alimentação da Roménia rejeitaram hoje essas acusações, afirmando que a origem do problema não estava no seu país.

Segundo as autoridades britânicas, os produtos com carne de cavalo não representam perigo à saúde, mas em muitos países o consumo de carne de cavalo é um tabu.

Grandes superfícies francesas, como Carrefour, Grand Jury, Cora, Monoprix e Chez Picard, retiraram produtos suspeitos, anunciou hoje a Federação do Comércio e da Distribuição (FCD).

Trata-se de lasanhas, canelonis, esparguete com molho bolonhesa, moussaka e tortas.

Os produtos foram removidos por "não ter os rótulos em conformidade quanto à natureza do tipo de carne utilizada. Todos os produtos foram retirados das prateleiras de todas as lojas", indicou o FCD.

Um outro distribuidor, a Système U, que não faz parte da FCD, anunciou a retirada dos produtos da marca Findus (da empresa Comigel).

O ministro francês do Consumo, Beno"t Hamon, disse hoje ao jornal Le Parisien que a retirada dos produtos estava prevista, tendo em vista que a Comigel, fabricante dos pratos em questão, fornecia diversos distribuidores.

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