Demitiu-se o primeiro-ministro da Costa do Marfim, um mês após as eleições legislativas
O Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, aceitou hoje a demissão do primeiro-ministro, Daniel Kablan Duncan, e do seu Governo, cerca de um mês depois de legislativas ganhas pela coligação que apoia o chefe de Estado.
Esta demissão era esperada e não está relacionada com o motim de soldados exigindo uma melhoria de condições que abalou a Costa do Marfim no fim de semana.
"Enquanto aguardam a nomeação de um novo primeiro-ministro e a formação de um Governo, o primeiro-ministro e os membros do Governo cessante ficam encarregados da gestão dos assuntos correntes", indicou a presidência da Costa do Marfim num comunicado.
Duncan, eleito deputado pela primeira vez na circunscrição de Grand-Bassam (sul) nas legislativas de 18 de dezembro, sublinhou a "incompatibilidade de ser membro do Governo e estar presente na Assembleia Nacional" para explicar a sua demissão e a do Governo que formou a 12 janeiro de 2016.
"Segundo uma prática política de longa data, na sessão inaugural da Assembleia Nacional (hoje), todos os deputados devem participar (...) incluindo claro os membros do Governo", adiantou.
A coligação presidencial, RHDP, mantém a maioria absoluta na Assembleia Nacional com 167 deputados em 255 como resultado das últimas eleições.
Estas legislativas foram as primeiras eleições a realizarem-se na III República da Costa do Marfim, após a aprovação de uma nova Constituição em outubro por iniciativa do Presidente Ouattara, reeleito um ano antes para um segundo e último mandato.
A nova assembleia deve eleger hoje o seu presidente, posto ao qual se candidata o presidente cessante Guillaume Soro.