Desde o início deste ano que os Delfins percorrem o País, revisitando uma carreira de 20 anos com um concerto acústico, numa digressão a que chamaram De Corpo e Alma. Depois de uma primeira série de 11 actuações, o grupo de Cascais prepara-se para uma segunda fase de nove datas. Hoje e amanhã, o grupo apresenta-se no pequeno auditório do CCB (21.00), dois concertos que ficarão registados para edição em DVD. ."O nome da digressão tem a ver com o carácter acústico dos concertos, em que as canções são despidas à sua essência", explica-nos Fernando Cunha. "Mas também está relacionado com a atitude da banda em palco, num espectáculo intimista em que não temos o aparato cénico habitual e interagimos bastante com o público." Miguel Ângelo acrescenta que "é também uma tentativa de nos afirmarmos de uma forma mais séria e profunda. Os Delfins estão inevitavelmente associados a uma segunda metade da carreira que é ultrapop, mas há mais do que isso nesta banda e nestes concertos revemos todas as fases, juntamente com a Dora Fidalgo [vocalista que acompanha o grupo há vários anos]". .Entre temas do primeiro álbum, Libertação, e do mais recente Babilónia, os Delfins percorrem toda a discografia, apontando, também, pistas para um novo disco "Fazemos a revisão da carreira, mas não olhamos só para trás. Recuperámos algo de que gostamos muito que é tocar temas novos ao vivo", confessa Fernando Cunha. Estes novos temas farão parte de um disco a editar no próximo ano. Miguel Ângelo revela algumas novidades: "2006 será um ano de disco novo. Um ou dois, porque estamos inseridos num projecto na linha do SerMaior e BreveSumáriodaHistóriadeDeus, sobre o qual ainda não podemos revelar muito, e que irá acompanhar o lançamento de um típico álbum dos Delfins de canções simples." Ainda antes destas novas gravações, a presente digressão irá resultar num álbum ao vivo e num DVD. A gravação áudio recolhe excertos de vários concertos, enquanto o DVD será registado apenas nos concertos de hoje e amanhã no CCB. .Tudo isto após uma fase em que a banda esteve algo arredada da 'linha da frente' da pop nacional "Depois de discos como O Caminho da Felicidade e Saber A~Mar, que venderam 250 mil unidades, a sobre-exposição era quase inevitável", confessa Fernando Cunha. "Seguiu-se o Del7ins, um álbum que não é 'Delfins' mas do qual gostamos muito e que, na altura, não foi bem recebido", conta Miguel Ângelo. "Mas foi uma mudança quase inevitável para nós. Sempre vimos a música pop como um laboratório de ideias, das mais arty às mais comerciais, e penso que os Delfins conseguiram, até agora, fazer um pouco de tudo. Por isso gosto de ver coisas como o 'cenário' madbaça e os vários nomes que vão aparecendo na pop nacional.".O preço dos bilhetes para estes concertos, à venda nos locais habituais, varia entre 10 e 20 euros.