Delegação da Catalunha em Lisboa abre na segunda-feira
O conselheiro de Assuntos Exteriores, Relações Institucionais e Transparência da Catalunha, Raül Romeva, vem na segunda-feira a Lisboa para visitar a nova delegação da Generalitat em Portugal, que vai abrir na Avenida da Liberdade. Criada em julho de 2015 por decreto do governo catalão, a delegação é liderada pelo ex-jornalista Ramon Font, que antes esteve à frente do programa para a promoção exterior da Catalunha em Portugal e no Brasil.
"Esta nova delegação é a primeira representação institucional da Catalunha em Portugal, tendo incidência em todos os domínios, do cultural ao económico", lê-se no comunicado da Generalitat. "Além de desenvolver as relações entre a Catalunha e Portugal, a nova estrutura vai também desenvolver as relações com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa", acrescenta.
"O único interlocutor do Estado português nas relações bilaterais com Espanha é o Estado espanhol, representado em Lisboa exclusivamente pela Embaixada de Espanha", indicou por e-mail o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, questionado pelo DN sobre se a abertura desta delegação poderia prejudicar as relações com o governo de Madrid, tendo em conta os desejos independentistas catalães.
A abertura do espaço e a visita de Romeva ocorre a menos de uma semana da Diada (11 de setembro, dia nacional), que tem sido marcada por manifestações a favor da independência desta comunidade autonómica. Desde as eleições regionais de 27 de setembro de 2015, ganhas pelos independentistas do Junts pel Sí, que o governo catalão tem em marcha um projeto independentista com o apoio da Candidatura de Unidade Popular (antissistema).
A Generalitat já tem delegações em Londres, Paris, Bruxelas, Roma, Viena, Berlim e Washington. Em junho de 2015, o Tribunal Constitucional espanhol levantou a suspensão que decretara meses antes à abertura destas delegações e, já neste ano, relembrou que o Estatuto de Autonomia catalão permite à Generalitat "promover a projeção da Catalunha no exterior e promover os seus interesses nesse âmbito respeitando a competência do Estado em matéria de relações externas".