Dele Alli, médio internacional inglês do Everton, confessou ter estado seis semanas internado numa clínica de reabilitação e revelou situações delicadas da sua infância manchada pelo consumo de drogas aos oito anos, numa conversa com Gary Neville, no podcast 'The Overlap'.."Não falo muito da minha infância, mas houve alguns acontecimentos que permitem entender algumas coisas", explicou o internacional inglês a Gary Neville. "Quando tinha seis anos fui abusado por um amigo da minha mãe que parava muito lá em casa. Porque a minha mãe era alcoólica. Aconteceu aos seis anos.".Twittertwitter1679426927055060992.E continuou a contar mais sobre a sua infância atribulada. ""Fui enviado para África, para aprender disciplina, depois mandaram-me de volta. Aos sete comecei a fumar e aos oito vendia droga. Uma pessoa mais velha disse-me que eles [a polícia] não iam mandar parar um miúdo numa bicicleta, por isso andava com a minha bola e com as drogas. Aos 11 fui pendurado numa ponte por um tipo.".Aos 12 anos de idade, foi adotado por uma família que diz ter sido "incrível".."Não podia pedir melhores pessoas para fazerem o que eles fizeram por mim. Se Deus criou as pessoas, então criou-os a eles. Eram fantásticos, ajudaram-me muito. Mas era difícil abrir-me porque sentia que era fácil para as outras pessoas verem-se livres de mim... Tentei ser o melhor miúdo possível para eles. Fiquei dos 12 até começar a jogar profissionalmente, aos 16. Tudo começou a partir daí.".Mas "sempre se resumiu a uma luta" consigo mesmo [Dele Alli]..Alli também desvendou o seu vício em medicamentos para adormecer e o alcóol, que apareceu depois da sua passagem pelo Besiktas, na última temporada. Ao voltar da Turquia descobriu que "precisava de ser operado", o que somado ao seu "debilitado estado de saúde mental na altura", só alimentou o desastre. "Foi aí que decidi ir para uma clínica de reabilitação para saúde mental. Eles lidam com vícios, saúde mental e trauma".."Eu senti que estava a perder a batalha [da saúde mental] e já estava na altura de mudar isso porque quando soube que precisava de ser operado, vi-me numa espiral de pensamentos negativos, e eu não queria que isso acontecesse novamente. Então fui. Estive lá seis meses e, felizmente, foi muito bem aceite pelo Everton. Senti-me apoiado a 100% e sentir-me-ei grato para com eles [Everton] para sempre"..Os problemas do foro mental não são de agora e o médio de 27 anos quer agora "ajudar as outras pessoas a perceberem que não estão sozinhos e que não os torna mais fracos procurarem por ajuda".