Defesa pede absolvição do 'gangue do multibanco'

A defesa dos 12 arguidos do processo conhecido como 'gangue do multibanco', grupo acusado de associação criminosa para roubo e furto de máquinas ATM, pediu a absolvição de todos os alegados envolvidos nos crimes.
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Durante as três sessões de alegações finais, que terminaram hoje, os advogados dos arguidos consideraram que a prova produzida pela acusação é "fraca, incoerente, ineficaz e especulativa". No primeiro julgamento, o coletivo de juízes decidiu absolver os arguidos.

O Ministério Público (MP) já tinha pedido penas de prisão efetiva para os 12 arguidos por considerar a prova "abundante, cabal e clara". Segundo a magistrada do MP, os factos provados são extremamente graves, pois põem em causa a tranquilidade e a ordem pública, com os acusados a recorrerem à utilização de armas e da violência.

Durante a audiência de hoje, um dos advogados requereu a junção aos autos de um vídeo feito pela GNR (e que está na Internet) sobre as apreensões feitas em casa do seu cliente. O coletivo aceitou, tendo agora o MP e restantes advogados cinco dias para se pronunciarem. Caso isso aconteça, terá de se realizar uma sessão extra de alegações finais, a 14 de março.

O 'gangue do multibanco', no qual Quinito, Marco d'Aires e um ex-operacional das FP25 são três dos principais arguidos, está acusado de associação criminosa para roubo e furto de máquinas ATM, com recurso a veículos de alta cilindrada previamente furtados para o efeito.

Em finais de 2010, o Tribunal da Relação de Lisboa mandou repetir todo o julgamento do 'gangue do multibanco' - acusado de roubar mais de dois milhões de euros em caixas ATM -, por entender que o primeiro julgamento "foi gravemente lesivo dos interesses e expetativas das vítimas e corrosivo para a imagem de uma Justiça que tem vivido um dos seus piores momentos".

De acordo com o acórdão da Relação, o coletivo de juízes que absolveu 11 dos 12 membros do gangue fez um "errado julgamento de parte significativa" das provas levadas a tribunal.

Os juízes desembargadores expressaram "incompreensão e perplexidade" pela decisão tomada em julho de 2010 por um coletivo de juízes das Varas Criminais ante a "evidência e irrefutabilidade de algumas das provas" apresentadas pela acusação feita pelo Departamento de Investigação e Ação Penal.

O coletivo de juízes marcou para 11 de abril, às 14:00, a leitura do acórdão, na 1.ª Vara Criminal do Campus da Justiça, em Lisboa.

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